As tropas do grupo mercenário Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, deixaram neste domingo, 25, as cidades de Voronej e Lipetsk, no sul da Rússia, próximo à fronteira com a Ucrânia, um dia após o fim do motim que tinha intenção de avançar até Moscou. Segundo autoridades locais, as retiradas aconteceram “sem incidentes”.
“O movimento de unidades de Wagner pelo território da região de Voronej está terminando”, afirmou o governador da região, Alexander Gusev, por meio do canal no Telegram. “Está indo bem e sem incidentes. Assim que a situação for finalmente resolvida, vamos remover as restrições impostas”, acrescentou.
No sábado, Prigozhin aceitou suspender a rebelião em uma trégua mediada pelo presidente de Belarus, Alexander Lukashenko. Na sexta-feira, os mercenários avançaram a partir de Rostov-do-Don, no sul da Rússia, e pretendiam chegar à capital russa.
Outro termo da negociação prevê uma espécie de refúgio a Prigozhin, que deve se mudar para Belarus. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, Lukashenko encabeçou as negociações com chefe paramilitar porque eles se conhecem há mais de 20 anos.
O porta-voz também afastou boatos de que o presidente Vladimir Putin teria fugido da capital Moscou e que o acordo de suspensão das hostilidades fechado com Prigozhin teria como condição as renúncias de Sergei Shoigu e Valeri Gerassimov – respectivamente, ministro da Defesa e comandante das Forças Armadas da Rússia.
De acordo com o Kremlin, os soldados do Grupo Wagner que participaram do motim não sofrerão perseguições ao retomar suas posições na guerra, e que aqueles que não se rebelaram vão receber a oferta de contratação pelo governo russo através do Ministério da Defesa.