Dezenas de milhares de afegãos continuam retidos no aeroporto de Cabul, a capital do país, à espera de voos humanitários.
O drama se desenrola há uma semana, quando os Estados Unidos decidiram retirar do Afeganistão suas últimas tropas. O anúncio abriu espaço para um avanço relâmpago do grupo islâmico Talibã, que agora controla a quase totalidade do território do Afeganistão.
Segundo relatos das poucas agências de notícias que permanecem no país, as crianças são o grupo mais castigado pela longa espera no entorno do aeroporto. As temperaturas do verão local são escaldantes, e tem superado os 40°C nos últimos dias.
Também há relatos de escassez de água e comida. O abastecimento tem sido irregular e ficado a cargo de militares da Turquia, agora encarregados de patrulhar o terminal aéreo e seu entorno.
Também nesta segunda-feira, dois aviões com refugiados chegaram à base aérea de Torrejon de Ardoz, em Madri, na Espanha.
Até o momento, sete aeronaves partiram de Cabul para Madri com afegãos que colaboraram com tropas espanholas.
A Espanha afirma já ter conseguido evacuar um total de 566 afegãos. Destes, metade já entrou com pedido de asilo. E 91 foram transferidos para centros de acolhimento.
Autoridades do Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira que o Exército americano já ajudou a evacuar 37.000 pessoas desde 14 de agosto, quando Cabul caiu nas mãos do Talibã.
O ritmo dos voos aumentou nos últimos dias, permitindo que 11.000 pessoas fossem evacuadas nas últimas 24 horas. Esse número, porém, é apenas uma fração dos cidadãos americanos, estrangeiros e aliados afegãos que procuram deixar o país.
O presidente americano, Joe Biden, afirmou durante o fim de semana que poderá estender a presença de tropas americanas no Afeganistão para além de 31 de agosto, prazo estabelecido como limite.
Mas, horas depois do anúncio, um porta-voz do grupo islâmico ameaçou com “consequências” se os Estados Unidos atrasarem sua saída.