O governo finlandês afirmou nesta terça-feira, 10, suspeitar que os danos causados a um gasoduto e um cabo de telecomunicações submarinos que ligam a Finlândia e a Estônia no mar Báltico são fruto de sabotagem.
Na manhã do último domingo, as instalações conhecidas como Balticconnector, de 77 quilômetros, foram fechadas após medições indicarem o início de um vazamento de gás.
“É provável que os danos tanto no gasoduto como no cabo de comunicação sejam o resultado de atividades externas. A causa dos danos ainda não está clara, a investigação continua em cooperação entre a Finlândia e a Estônia”, disse o presidente finlandês, Sauli Niinisto.
A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, disse que as duas ligações submarinas “provavelmente foram danificadas de propósito”.
Em setembro do ano passado, no contexto da guerra da Ucrânia, duas explosões que destruíram os gasodutos russos Nord Stream, também no mar Báltico, alimentaram a ideia de sabotagem. Na época, a Rússia culpou os Estados Unidos pelos danos à principal ligação energética russa com a Europa.
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O presidente finlandês afirmou que os danos foram reportados ao secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg. A Finlândia compartilha 1.300 quilômetros de fronteira com a Rússia, e passou a integrar a aliança militar do Ocidente em abril, estimulada pela invasão de Moscou ao território ucraniano. A Estônia é um país membro desde de 2004.
Stoltenberg respondeu, ainda nesta terça, que a organização está “compartilhando informações e pronta para apoiar os aliados envolvidos”.
Segundo a operadora finlandesa Gasgrid, os reparos podem levar um mês ou mais. Mas o boicote não deve produzir consequências imediatas, já que os países possuem grandes reservas de gás, decorrentes de políticas preventivas para atenuar os efeitos da guerra na Ucrânia. O cabo de telecomunicações, por sua vez, era usado como reserva.