Os principais veículos da imprensa estrangeira repercutiram neste domingo, 30, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência do Brasil.
Para o americano The New York Times, o triunfo do petista representa uma “rejeição pungente” ao “movimento de extrema-direita de Jair Bolsonaro e seus quatro divisivos anos no poder”.
“Durante anos, ele atraiu a atenção global por políticas que aceleraram a destruição da floresta amazônica e exacerbou a pandemia, que deixou quase 700.000 mortos no Brasil, ao mesmo tempo em que se tornou uma importante figura internacional da extrema direita por seus ataques impetuosos à esquerda, o mídia e as instituições democráticas do Brasil”, diz o texto.
Já para o jornal inglês The Guardian o triunfo do petista é “o resultado mais importante em décadas para uma das maiores democracias do mundo – e para o futuro da Amazônia e do planeta”.
A vitória, segundo o periódico, marca um “retorno político surpreendente”, mas que terá que confrontar “uma economia lenta, restrições orçamentárias mais rígidas e um Legislativo mais hostil”.
O francês Le Monde ressaltou que a eleição teve a “diferença mais estreita entre dois finalistas presidenciais desde o retorno à democracia após a ditadura militar (1964-1985)”, e que o pleito foi marcado por ameaças de uma “réplica brasileira da invasão ao Capitólio”, atacado por apoiadores do presidente americano Donald Trump para tentar impedir a certificação da vitória do democrata Joe Biden.
Na BBC, rede pública de rádio e TV do Reino Unido, a reportagem destaca “meses agonizantes no Brasil”, repletos de polarização, que não deve ir embora tão cedo, já que “o Congresso é dominado por parlamentares leais a Bolsonaro e Lula terá uma tarefa dura para aprovar suas políticas”.
Na manchete de sua versão online, o Financial Times diz que “Lula vence eleição presidencial do Brasil em retorno histórico”.
“Os apoiadores de Lula gritaram seu nome das janelas dos apartamentos, buzinaram e soltaram fogos de artifício enquanto a contagem chegava ao fim. Sua eleição é a mais recente de uma série de disputas que derrubaram governos em exercício em toda a América Latina, retornando principalmente líderes de esquerda”, destaca o texto.