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Filho do presidente da Colômbia é preso por lavagem de dinheiro

Ex-mulher acusa Nicolás Petro de receber dinheiro de narcotraficantes e contrabandistas durante a campanha eleitoral de 2022

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 29 jul 2023, 16h01 - Publicado em 29 jul 2023, 14h00
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  • O próprio presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste sábado, 29, que seu filho mais velho, Nicolás Petro, foi preso por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Ele disse esperar que “esses acontecimentos forjem seu caráter e que (o filho) possa refletir sobre seus próprios erros”. O escândalo acerta em cheio o primeiro governo de esquerda da história do país.

    Em março passado, a ex-mulher de Nicolás Petro, Daysuris Vásquez, o acusou o ex-companheiro de ter vínculos com uma rede de narcotraficantes e contrabandistas e ainda envolveu as últimas eleições em suas declarações. Daysuris disse que o marido recebeu grandes quantias de dinheiro que supostamente seriam destinadas à campanha eleitoral de Gustavo Petro. Mas, depois, afirmou que Nicolás usou aquela quantia para usufruir de uma vida de luxo na cidade de Barranquila, Norte da Colômbia.

    A ex-mulher de Nicolás, em entrevista, ainda havia afirmado que o o ex-traficante de drogas e ex-contrabandista Samuel Santander Lopesierra deu a seu ex-companheiro o equivalente a 124 mil dólares. O filho mais velho de Petro foi deputado pelo movimento político do presidente, o Pacto Histórico, no departamento de Atlântico. Durante seu mandato, a mídia local denunciou que seus extratos bancários eram muito superiores ao seus vencimentos como político.

    Ao comunicar a prisão do filho por sua conta no Twitter, o presidente da Colômbia disse: “Meu filho Nicolás e sua ex-esposa Days foram presos pelo Ministério Público. Como pessoa e como pai, me machuca muito tanta autodestruição e o fato de um dos meus filhos ir para a cadeia”. Em seguida, escreveu: “Desejo sorte e força ao meu filho. Que esses acontecimentos forjem seu caráter e que ele reflita sobre seus próprios erros”.

    Petro ainda ressaltou que as investigações não têm qualquer intervenção sua. “Como Presidente da República, asseguro que o Ministério Público tem todas as garantias da minha parte para proceder nos termos da lei. Como afirmei perante o procurador-geral, não vou intervir ou pressionar suas decisões; deixe a lei guiar livremente o processo”, afirmou em sua publicação nas redes sociais.

    Desde que vieram à tona as primeiras informações sobre o escândalo envolvendo Nicolás, Petro negou a existência de dinheiro da máfia em suas contas da campanha presidencial. O presidente afirmou que ele  mesmo pediu para que fosse aberta uma investigação contra o filho. De acordo com o Ministério Público local, a prisão do filho do presidente colombiano se justifica pelos “crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito”. Já os motivos que levaram sua ex-mulher a ser presa são “lavagem de dinheiro e violação de dados pessoais”. “Os capturados foram colocados à disposição de um juiz criminal (…) a quem será solicitado que dê legalidade aos procedimentos de busca, captura e apreensão de provas materiais”, informou o MP em comunicado.

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