Tiphaine Auzière, filha da primeira-dama da França, Brigitte Macron, foi às redes sociais na sexta-feira, 6, denunciar os líderes políticos que “atacam uma mulher pública devido a sua aparência”. Sem citar diretamente o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que endossou comentários ofensivos contra Brigitte, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, Auzière anunciou a criação de um movimento aos moldes do #MeToo.
Além de Bolsonaro e de Guedes, nenhum político ou autoridade fez comentários pejorativos a Brigitte Macron.
“Estamos em 2019 e há líderes políticos que atacam uma mulher em público devido a sua aparência”, disse em um pequeno vídeo publicado em sua conta no Twitter. Enquanto falava, Auzière, advogada de 35 anos e filha do primeiro casamento da primeira-dama, mostrava uma notícia sobre Paulo Guedes declarando que a primeira-dama da França “é feia mesmo”.
A advogada convocou seus seguidores a denunciarem o misoginia usando a hashtag #balancetonmiso (“denuncie a misoginia”, em tradução livre).
“Vamos investir em nossas famílias, em nossas empresas e nas urnas porque, todos juntos, vamos denunciar nossos misóginos”, concluiu no vídeo.
A crise diplomática entre Brasil e França teve início quando o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que levaria a questão do desmatamento da floresta Amazônica para a reunião do G7, em Biarritz. As justificativas foram as queimadas que assolaram a mata e a retórica do governo brasileiro quanto à preservação ambiental. Macron disse que Bolsonaro “mentiu” ao dar garantias de que seu governo preservaria a floresta.
A troca de farpas se expandiu quando Bolsonaro endossou um comentário ofensivo à primeira-dama francesa em sua página no Facebook. Durante a reunião do G7, uma câmera da emissora francesa CNews flagrou uma conversa de Macron com o presidente do Chile, Sebastián Piñera. O líder francês se mostrou desconfortável e irritado, classificando como “não digno de um presidente” o comportamento de Bolsonaro.