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Fernández quer acompanhar Evo Morales na posse de Luiz Arce na Bolívia

Arce, aliado do ex-presidente boliviano, lidera a apuração com larga margem de votos; Morales diz que ainda não é hora de voltar ao seu país

Por Da Redação
Atualizado em 21 out 2020, 14h58 - Publicado em 21 out 2020, 14h42
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  • O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta quarta-feira, 21, que deseja acompanhar o ex-presidente da Bolívia Evo Morales na posse de Luis Arce. Fernández também acusou a Organização dos Estados Americanos (OEA) de cumplicidade em um “golpe de Estado” para tirar Morales do poder em 2019.

    “Gostaria de ir à posse de ‘Lucho’ Arce. Meu maior desejo é acompanhar Evo no retorno da Argentina à sua pátria”, disse Fernández em entrevista à rádio El Destape. O presidente argentino celebrou que “a democracia voltou na Bolívia, porque é um instrumento muito importante para transformar as injustiças do continente”.

    “Estou convencido que Evo Morales ganhou as eleições (em 2019), mas o tiraram do poder e o obrigaram a se exilar com risco de vida, assim como muitos bolivianos que precisaram escapar”, afirmou Fernández.

    O presidente argentino considerou que “o golpe (de Estado) na Bolívia foi um evento muito traumático para a região”. “Com a cumplicidade da OEA, construíram uma mentira para tirar Evo do poder, devemos celebrar que a democracia foi recuperada na América Latina”, disse Fernández.

    Após a fala de Fernandéz à rádio, Morales se pronunciou e disse que seu retorno à Bolívia ainda não está programado. O ex-presidente também pediu aos bolivianos que mantenham a unidade e previu que a contagem final dará à Luis Arce uma vitória “de mais de 55% dos votos” nas urnas.

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    “Em uma comunidade indígena, chegamos aos 99%, em minha aldeia onde nasci, aos 99,2”, listou Morales, enquanto uma lenta recontagem oficial atribui a Arce mais de 53% dos votos, com 84% das urnas apuradas.

    Morales renunciou à presidência da Bolívia em 10 de novembro de 2019, sob pressão das Forças Armadas em meio a uma crise desencadeada após uma auditoria da OEA ter estabelecido que houve “manipulação dolosa” a favor de Morales na eleição em que buscava seu quarto mandato consecutivo.

    Durante a apuração da eleição, Morales aparecia na frente de seu rival, Carlos Mesa, mas a contagem foi interrompida por alguns dia e, quando voltou, a margem entre o presidente e o opositor se alongou. A direita boliviana acusou de fraude, enquanto os partidários de Morales disseram que a contagem foi pausada por causa da demora das cédulas serem contadas em regiões distantes e de difícil acesso.

    “Não tem como ocultar o que aconteceu nas eleições”, disse o ex-presidente, ao se referir às eleições. “Se Luis Almagro tivesse alguma ética e moral, deveria renunciar à OEA”, afirmou Morales sobre o secretário-geral da OEA, considerando-o “responsável pelo golpe” de Estado em seu país.

    Exilado, Morales viajou primeiro para o México e depois para a Argentina, onde vive como refugiado político.

    Almagro, por sua vez, parabenizou Arce por sua vitória no domingo e lhe desejou “sucesso em seus trabalhos futuros”, enquanto elogiou a “conduta cívica” do povo boliviano.

    “A Organização dos Estados Americanos sempre defendeu a vontade popular na Bolívia, expressa através de eleições livres. Um dia como o de hoje é uma oportunidade para avançar na construção de um país mais inclusivo e tolerante”, disse a OEA em comunicado.

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    No domingo, a apuração premilinar já dava vitória a Arce, tanto que o rival Carlos Mesa admitiu a derrota. Nesta quarta, com 87,8% das urnas apuradas, o partidário de Morales recebeu 54,41% dos votos, enquanto Mesa está com 29,34%. Na Bolívia, o candidato que tiver uma vantagem de 10% em relação ao oponente é eleito em primeiro turno.

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