Quatro membros da família Hinduja, a mais rica do Reino Unido, foram a julgamento na Suíça na segunda-feira 17 por acusações de exploração e tráfico de pessoas por trazer funcionários da Índia para trabalharem como cuidadores de seus filhos. Segundo a promotoria, os Hinduja confiscavam os passaportes dos empregados, que trabalhavam 18 horas por dia, sete dias por semana, por apenas sete francos suíços (R$43,04) diários.
Donos de uma fortuna de 37 bilhões de libra, Prakash e Kamal Hinduja, juntamente com o filho Ajay e sua mulher Namrata, são donos de uma vila em Genebra. Durante a audiência nesta semana, o promotor suíço Yves Bertossa comparou os quase 10 mil dólares anuais gastos pela família com seus cães ao montante diário que era pago aos empregados, pedindo a prisão dos membros da família e uma indenização de milhões de dólares aos funcionários.
Os advogados da família não negaram as alegações de salários baixos, mas argumentaram que os funcionários recebiam alojamento e alimentação. A acusação de longas horas de trabalho também foi contestada, já que, de acordo com a família, algumas tarefas como ver filme com as crianças não poderiam ser classificadas como trabalho.
A equipe jurídica dos Hinduja também argumenta que alguns funcionários regressaram voluntariamente ao trabalho em Genebra várias vezes, o que implica satisfação com as suas condições em comparação com a sua situação na Índia.
Na semana passada, os Hinduja fecharam um acordo financeiro com os ex-funcionários que os acusam na Justiça. No entanto, o julgamento de tráfico humano continua em andamento, uma alegação grave que pode levar a prisão dos membros envolvidos.
Além da fortuna no Reino Unido, a família também é classificada entre as mais ricas da Índia, com um património líquido estimado em 20 bilhões de dólares no país, controla o conglomerado multinacional do grupo Hinduja, com interesses em transportes marítimos, bancários, meios de comunicação e outras indústrias, além de centenas de imóveis em Londres.