Nos últimos três dias, uma série de falsas ameaças de bomba levaram à retirada de dezenas de milhares de pessoas em várias cidades na Rússia. Só nesta quarta-feira, cerca de 30.000 pessoas tiveram que deixar às pressas um shopping center na famosa Praça Vermelha e em vários outros prédios e estações de trem em Moscou.
As chamadas anônimas alertando sobre a existência de bombas em locais públicos começaram na segunda-feira, principalmente na parte ocidental da Rússia, e no dia seguinte se espalharam para o resto do país. Nesta quarta-feira, além de Moscou, alertas de bomba foram emitidos em várias cidades da Sibéria e do Extremo Oriente russo.
De acordo com a imprensa local, pelo menos 45.000 pessoas foram afetadas pelos falsos alertas desde segunda-feira. O site de notícias independente Meduza informou que 27 cidades na Rússia receberam as ligações alarmistas, embora nenhum artefato explosivo tenha sido encontrado.
Em Omsk, 56 edifícios tiveram que ser esvaziados na segunda-feira, enquanto a cidade de Stávropol (sudoeste) recebeu 42 ligações anônimas alertando sobre a presença de bombas, ainda segundo o Meduza. Outras cidades como Chelyabinsk e Perm também receberam as chamadas.
Os falsos alertas citavam bombas em lojas, centros comerciais, estações de trem e metrô, aeroportos, universidades, escolas, hospitais e hotéis. As autoridades russas não reagiram publicamente a esta onda de alertas, nem se pronunciaram sobre quem poderia estar por trás das ligações.
As chamadas anônimas vieram de sistemas de discagem pela internet. Segundo a agência de notícias russa Interfax, as autoridades investigam a possibilidade de as ligações terem sido feitas no exterior.
Jornais locais favoráveis ao governo de Vladimir Putin apontaram um “grande ataque hacker”, possivelmente vindo da Ucrânia. Parte da imprensa local também especula que os alertas seriam parte de um exercício de emergência, organizado pelas autoridades russas como treinamento para possíveis ameaças terroristas futuras.
A Rússia intensificou suas medidas de segurança desde o ataque no metrô de São Petersburgo, que matou 16 pessoas e fez dezenas de feridos em 3 de abril. Desde o início de sua intervenção militar na Síria, em setembro de 2015, a Rússia, aliada do regime de Bashar Assad, tem sido ameaçada pelo grupo Estado islâmico (EI) e pela ex-facção síria da Al Qaeda.
(Com AFP)