No último final de semana, mais de 5.000 pessoas foram feridas por animais parecidos com águas-vivas nas costas de Queensland e Sunshine, na Austrália. Correntes geradas por fortes ventos levaram exemplares da espécie das caravelas-portuguesas para essas regiões. Segundo as autoridades, apesar das condições terem melhorado nesta segunda, 7, ainda há animais remanescentes nas praias, onde mais de 200 pessoas foram socorridas e algumas áreas continuam interditadas.
O último balanço de pessoas afetadas superou em quase duas vezes a estimativa inicial divulgada pela Guarda Costeira de Queensland e inclui apenas os atendidos por salva-vidas.
No período entre 1° de dezembro de 2018 e 7 de janeiro deste ano, 22.282 pessoas procuraram socorro por causa de contato com caravelas-portuguesas, em comparação a 6.831 casos no mesmo período de 2016 e 2017. Apesar das semelhanças, a espécie não é uma água-viva verdadeira e sim um sifonóforo, unindo quatro organismos. Com uma média de 15 cm de comprimento, elas podem causar queimaduras tanto na água quanto na areia.
Os ferimentos causados geralmente são superficiais e podem ser tratados com água quente ou gelada. Entretanto, algumas pessoas tiveram que ser atendidas por paramédicos neste último final de semana, segundo a Guarda Costeira de Queensland. O número de emergências do tipo não foi registrado.
Uma especialista da marinha australiana, Lisa-Ann Gershwin, disse à BBC que a reunião numerosa de caravelas não é usual, mas que “estranhas correntes” de vento e calor as levaram para mais próximo da costa. Comumente encontrada em mares mais fundos, elas podem ser deslocadas facilmente por ter uma estrutura semelhante a uma vela de barco na sua parte de trás.
No Brasil, houve registro de presença grande de caravelas-portuguesas nas praias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná desde meados de dezembro. Mais de 30.000 banhistas foram feridos.