Até o final da tarde desta quinta-feira, 6, ao menos 16 funcionários do porto de Beirute e da alfândega já foram detidos no âmbito da investigação das autoridades libanesas sobre a explosão devastadora da terça-feira 4 — a maior da história do Líbano em tempos de paz.
A informação foi anunciada pela agência de notícias estatal libanesa, a NNA, citando Fadi Akiki, uma autoridade do Poder Judiciário do Líbano. Segundo a NNA, Akiki afirmou que os detidos tratam-se de funcionários “do conselho de administração do porto de Beirute e da administração alfandegária, e encarregados de trabalhos de manutenção que trabalharam no armazém”.
Ao todo, mais de 18 trabalhadores desses setores, incluindo os detidos, foram interrogados pelas autoridades libanesas.
Pelo menos 157 pessoas morreram e outras 5.000 ficaram feridas na explosão do armazém no porto de Beirute por volta das 18h10 (12h10 em Brasília) na terça-feira. O espaço continha cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio — composto altamente explosivo — estocadas de forma irregular e sem fiscalização há, pelo menos, seis anos.
Em junho de 2019, foi feita uma investigação após queixas reiteradas sobre o mau cheiro que emanava do armazém e determinou-se que havia “materiais perigosos que deviam ser transferidos” e que as paredes do armazém estavam danificadas.
A direção do porto, que estava a par da periculosidade dos materiais, enviou há poucos dias uma equipe de funcionários para trabalhar no armazém. Estas obras, de acordo fontes ouvidas pela agência AFP, teriam sido a origem da tragédia. Segundo o governo, o nitrato de amônio explodiu após um incêndio se alastrar pelo armazém.
(Com AFP e Reuters)