Exército israelense faz ofensiva contra rede de túneis do Hamas
Autoridades de Tel Aviv dizem ter matado fabricante de armas e diversos combatentes
Militares de Israel afirmam que ataques aéreos na Faixa de Gaza mataram um fabricante de armas do Hamas e vários combatentes nesta quarta-feira, 8. O foco da ofensiva aérea, segundo Tel Aviv, é uma rede de túneis usados por militantes.
A Cidade de Gaza, principal reduto do grupo militante Hamas no território, está cercada por forças israelenses. Os militares disseram que as tropas avançaram para o coração da cidade densamente povoada, enquanto o Hamas afirma que os seus combatentes infligiram perdas pesadas para as Forças de Defesa de Israel (IDF).
Testemunhas disseram que milhares de pessoas estavam deixando áreas do norte e seguindo para o sul em uma estrada durante um corredor humanitário controlado por tanques israelenses. Porém, milhares de outras pessoas ainda permanecem dentro da área cercada.
“A situação está piorando dia após dia”, disse Um Haitham Hejela, uma mulher abrigada com os seus filhos pequenos numa tenda improvisada, à Reuters. “Não há comida, não há água. Quando meu filho vai buscar água, ele fica na fila por três ou quatro horas. Destruíram as padarias, não temos pão”.
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Com o conflito entrando no seu segundo mês, autoridades das Nações Unidas e dos países do G7 intensificaram os apelos a uma pausa humanitária nas hostilidades para ajudar a aliviar o sofrimento em Gaza, onde os edifícios foram destruídos e os abastecimentos básicos estão se esgotando. Autoridades palestinas dizem que mais de 10 mil pessoas foram mortas nesse período, 40% delas crianças.
Israel atacou Gaza em resposta a um ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual homens armados mataram 1.400 pessoas, a maioria civis, e fizeram cerca de 240 reféns, segundo registros israelenses. Tel Aviv afirmou que tem o objetivo de exterminar o Hamas, atacando por ar, terra e mar.
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Israel diz que não vai concordar com um cessar-fogo até que os reféns sejam libertados. Por outro lado, o Hamas diz que não vai parar de lutar enquanto Gaza estiver sob ataque.
“Desafio (Israel) se foi capaz, até este momento, de registrar qualquer conquista militar no terreno, além de matar civis”, disse Ghazi Hamad, alto funcionário do Hamas, à televisão Al Jazeera.
Os Estados Unidos concordam com a posição de Israel de que um cessar-fogo ajudaria militarmente o Hamas. Mas o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que está pressionando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a interromper os combates por razões humanitárias.
Quase dois terços dos 2,3 milhões de residentes de Gaza estão deslocados internamente, segundo dados da ONU, com milhares de pessoas procurando refúgio em hospitais, incluindo abrigos improvisados de lona nas suas garagens. A ONU diz que o sistema de saúde de Gaza também está à beira do colapso, atingido por ataques aéreos, inundado de pacientes e ficando sem medicamentos e combustível.
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Uma declaração conjunta dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, reunidos em Tóquio, afirmou que Israel tem o direito de se defender, mas os civis devem ser protegidos e o direito humanitário internacional deve ser seguido. Uma solução de dois Estados “continua a ser o único caminho para uma paz justa, duradoura e segura”, afirmaram.
Essa solução prevê a criação de um Estado independente para os palestinos no território capturado por Israel na guerra de 1967. A proposta tem sido há muito tempo o objetivo dos esforços internacionais de paz, mas o processo não demonstrou avançar nas negociações.