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Ex-presidente do Equador será investigado por sequestro

Rafael Correa, hoje residente na Bélgica, é suspeito de ter mandado sequestrar seu opositor Fernando Balda na Colômbia, em 2012

Por Da Redação
15 jun 2018, 13h04

O Parlamento do Equador decidiu na quinta-feira (14) autorizar a investigação do ex-presidente Rafael Correa por suposto envolvimento no sequestro de um político opositor na Colômbia.

A Assembleia Nacional declarou “improcedente” o pedido de uma juíza para bloquear a investigação, e sua decisão teve o aval de 83 dos 137 deputados. Os congressistas consideraram que Correa, que vive atualmente na Bélgica, já não exerce a função de presidente e não tem mais as prerrogativas previstas na Constituição para o chefe de Estado.

A Procuradoria informou na segunda-feira (11) ter pedido à Justiça equatoriana a autorização para investigar Correa no caso do suposto sequestro de Fernando Balda, após o surgimento de indícios do envolvimento do ex-presidente.

Correa já depôs de maneira voluntária sobre o caso no dia 24 de maio, no consulado equatoriano em Bruxelas.

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Ex-deputado do Partido Sociedade Patriótica (PSP), Balda afirma que estava em Bogotá em 2012 quando cinco pessoas o colocaram à força em um automóvel. A polícia colombiana conseguiu frustrar o sequestro ao ser informada por taxistas, que haviam testemunhado e estranhado a movimentação.

Ouvidos pela polícia, os sequestradores afirmaram que as ordens para o crime tinham partido de altas posições do governo do Equador. O nome do ex-presidente foi citado pelo ex-secretário nacional de inteligência, Ronny Vallejo, ao afirmar que Correa o teria enviado à Colômbia para seguir os passos de Balda.

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Ao jornal El Tiempo, Balda afirmou que era um sobrevivente e que outros opositores não tiveram sua mesma sorte. “Sou sobrevivente de uma tentativa criminosa ordenada por Rafael Correa, mas há outros que não sobreviveram; outros foram assassinados, desapareceram e muitos ainda estão injustamente na cadeia. Essa nova oportunidade de viver me ajudou a encontrar o propósito de tudo isso; e isto é, lutar por aqueles que não sobreviveram”, disse.

Pelo Twitter, Correa condenou a decisão e acusou os parlamentares de desrespeitarem a Constituição ao aceitarem 83 votos no lugar de 92. “Uma maioria parlamentar zomba da Constituição e da Justiça, e em vez de autorizar o levantamento da imunidade, exigindo 92 votos (Art. 120, num. 10 CRE), eles se declaram incompetentes para resolver, com 83 votos. Tudo deve ser anulado”, publicou. Segundo ele, a denúncia é uma conspiração.

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(Com AFP)

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