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Ex-presidente da Bolívia recusa convite de Bolsonaro; entenda

Jair Bolsonaro ofereu asilo político a Jeanine Áñez, presa desde março de 2021

Por Duda Gomes Atualizado em 29 jun 2022, 18h16 - Publicado em 29 jun 2022, 17h28
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  • O presidente Jair Bolsonaro ofereceu asilo no Brasil para a ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, no último domingo, 26. Áñez foi condenada a dez anos de prisão por assumir a presidência de forma irregular, depois de Evo Morales renunciar, em 2019. No convite, Bolsonaro disse que, caso o governo boliviano aceitasse, Áñez poderia vir para o Brasil e que ele faria “tudo o que fosse possível”.

    A ex-presidente está detida em uma penitenciária feminina em La Paz, desde março de 2021. A Justiça considera que Áñez foi eleita inconstitucionalmente para a presidência em novembro de 2019 – o movimento foi considerado um golpe pelos aliados de Evo, “convidado” pelas Forças Armadas a deixar o cargo, em meio a protestos por uma suposta fraude eleitoral denunciada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Ela também é acusada de genocídio devido à morte de cerca de 20 manifestantes em um protesto contra seu governo.

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    A sentença foi contestada pelos Estados Unidos e União Europeia. Ela afirma ser uma presa política, e negou o convite do presidente Bolsonaro. No Twitter administrado pela família, respondeu que “é inocente” e que “não saiu nem sairá do país”.

    Quando Morales renunciou, Áñez era a segunda-vice presidente do senado e ocupou o cargo de presidente interina por conta de interpretação controversa da constituição.

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    O Brasil foi um dos dois primeiros países a reafirmar seu governo, junto dos Estados Unidos, União Européia e Rússia. Um relator da ONU sobre independência judicial garantiu que ela tem direito a um julgamento de responsabilidade diante do Congresso, independentemente da origem de seu mandato.

    A oferta de Bolsonaro não foi bem vista pelo governo boliviano, que fez duras críticas à proposta do presidente brasileiro.

    “Lamentamos essas declarações infelizes (…), que são absolutamente irrelevantes, causam uma interferência inadequada nos assuntos internos”, disse Rogelio Mayta, ministro das Relações Exteriores da Bolívia.

    Mayta ainda defendeu a condenação de Áñez e disse que a Bolívia apresentará uma queixa diplomática contra o Brasil.

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