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Ex-presidente checo Vaclav Havel morre aos 75 anos

Ele é conhecido por seu envolvimento com manifesto de direitos humanos

Por Da Redação
18 dez 2011, 08h48

O ex-presidente checo Vaclav Havel, o primeiro chefe de estado após a “Revolução de Veludo” – que derrubou o regime comunista da Checoslováquia em 1989 -, morreu neste domingo aos 75 anos, anunciou a imprensa de Praga. O ex-dirigente estava doente há anos.

Dramaturgo e intelectual de prestígio, Havel era um dos dirigentes europeus mais respeitados por sua defesa da liberdade e dos direitos humanos. Nascido em Praga em 5 de outubro de 1936 em uma família burguesa, ele teve problemas para fazer o ensino superior por razões políticas. Durante anos trabalhou como técnico de laboratório químico e finalizou o bacharelado só em 1954. Entre 1955 e 1957, cursou a Escola Técnica Superior de Praga.

Ao concluir o serviço militar em 1960, foi contratado pelo Teatro da Balaustrada de Praga, primeiro como maquinista e depois como diretor adjunto e dramaturgo. As peças “A festa no jardim” e “Memorandum” foram classificadas pela crítica como promissoras. Em 1967 formou-se na Escola de Arte Dramática da Academia de Belas Artes de Praga.

Direitos humanos – Participou, à frente do clube de escritores independentes, da Primavera de Praga, movimento de reformas políticas que desencadeou a invasão soviética de 1968. Por esta razão, sua obra foi proibida em 1969 na Checoslováquia, e com isso ele teve de deixar a capital e mudar-se para Trutnov. Ele foi o promotor e o porta-voz da iniciativa dissidente “Carta 77”, documento assinado por 300 intelectuais que teve ampla repercussão internacional e reivindicava a democratização do regime.

Membro desde 1978 do comitê para a defesa dos injustamente perseguidos (Vons), organização criada a partir da ‘”Carta 77″, ele ficou sob prisão domiciliar e foi condenado a quatro anos e meio de prisão, mas não interrompeu sua atividade literária e sua colaboração com a imprensa opositora clandestina.

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Revolução de Veludo – A queda do muro de Berlim em 1989 favoreceu a resistência contra o sistema autoritário checo. Havel, ao lado de outros importantes intelectuais, inaugurou o Fórum Cívico (OF), plataforma que integrou as forças de oposição ao regime comunista e liderou o processo de transição democrática denominado “Revolução de Veludo”.

Em 29 de dezembro de 1989, Havel foi nomeado presidente da República da Checoslováquia em substituição a Gustav Husak e, em 5 de julho de 1990, ele foi confirmado para o período presidencial de dois anos pela Assembleia Federal surgida nas eleições democráticas de junho. Durante sua gestão, trabalhou pela integração de seu país às instituições europeias e pela abertura das relações diplomáticas.

Presidância – Contrário ao projeto de não submeter a divisão do estado tcheco a plebiscito, em 20 de julho de 1992 ele renunciou. No entanto, em 26 de janeiro de 1993, aceitou ser o primeiro presidente da recém-criada República Checa, que tem regime parlamentarista, e tomou posse no cargo em 2 de fevereiro. Em 20 de janeiro de 1998, foi reeleito pelo Parlamento para novo e último mandato de cinco anos. Sua trajetória de vida e política o transformou em referencial ético.

Como presidente, divergiu em política externa e econômica de seus primeiros-ministros, o conservador Vaclav Klaus e o social-democrata Milos Zeman. Finalizou seu mandato em 2 de fevereiro de 2003. Nos últimos anos sua participação nos assuntos políticos ficou restrita por motivos de saúde.

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Fóruns – Após deixar a Presidência, continuou participando de foros e organizações sociais e políticas em defesa da democracia. Em 2003, criou o Comitê Internacional para a Democracia em Cuba (CIDC), que reivindica a democracia para a ilha. Em abril de 2008, contribuiu para a criação de outra instituição, a Fundação Europeia para a Democracia pela Associação (EFDP). Além disso, em Praga promoveu o Fórum 2000 desde sua criação em 1997, por iniciativa dele mesmo. O Fórum reúne personalidades de todo o mundo para debater questões sociais e políticas.

Desde que teve um tumor retirado do pulmão direito, em 1996, sofreu inúmeras hospitalizações por problemas respiratórios. A última ocorreu em 8 de março de 2011, após uma infecção respiratória aguda. Vaclav Havel era casado com a atriz Dagmar Havlova desde 4 de janeiro de 1997. Sua primeira mulher, Olga, faleceu de câncer em 1996.

(Com agência EFE)

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