Um tribunal da Austrália anunciou ontem (segunda-feira pelo horário local) a condenação a 12 meses de prisão para o ex-arcebispo de Adelaide, Philip Wilson. Ele foi considerado culpado em maio deste ano por acobertar casos de pedofilia durante a década de 1970.
A decisão do magistrado Robert Stone, do tribunal da cidade de Newcastle, impede que o ex-arcebispo, de 67 anos, solicite liberdade condicional até que cumpra metade da condenação, segundo a emissora local ABC. As fontes judiciais, no entanto, não esclareceram se Wilson chegará a ser preso.
O juiz se pronunciará em agosto sobre a solicitação da defesa para que Wilson, o mais alto clérigo católico a ser sentenciado em um caso relacionado com pedofilia, cumpra sua sentença em prisão domiciliar, acrescentou a emissora australiana.
No último mês de maio, Wilson foi considerado culpado por não informar à polícia entre 2004 e 2006 dos abusos sexuais cometidos pelo já falecido sacerdote James Fletcher na década de 1970 contra dois coroinhas. Na época, Wilson era assistente de Fletcher na paróquia de East Maitland. Um dia depois de ser considerado culpado, ele se afastou de seu cargo de arcebispo da cidade de Adelaide.
Durante o processo, os representante legais de Wilson apresentaram relatórios médicos, nos quais apontam que o acusado sofre de diabetes, Alzheimer e problemas de coração, como tentativa de evitar a pena máxima, que para este crime é de dois anos.
Em 1976, ambas vítimas de Fletcher denunciaram Wilson pelos abusos que sofreram. O padre pedófilo foi sentenciado em dezembro de 2004 por nove acusações de pedofilia e morreu na prisão 13 meses depois.
Uma comissão que averiguou a resposta institucional à pedofilia na Austrália constatou que a Igreja Católica, com forte presença no país, recebeu queixas de 4.500 pessoas por supostos abusos de 1.880 clérigos entre 1980 e 2015.
O governo australiano deve pedir perdão em outubro em nome do país às vítimas de pedofilia que se encontravam sob o cuidado de instituições católicas.
(Com EFE)