Europa enfrenta pior seca em 500 anos, mostra estudo da União Europeia
Relatório segue declarações de países como Reino Unido, Holanda e França de estado de escassez de água
![A sign reads 'Drought Alert. Water spayers out of service. Water restrictions'. France is again suffocating as another heatwave begins. Temperatures will hoover near heat records especially in the south. France is 4 to 10°C above normal temperatures for August. In July, rain was 88% less abundant than normal : France is experiencing its worst drought since rain records began in 1959. SW of France and Toulouse are enduring another round of scorching heat. It's the 4nd heatwave in France in 2022, one in the spring in May, and 3 during this summer (to date). Water restrictions are in place in all France, someplaces haven't drinking water and must be resupply with trucks. In Toulouse, water sprayers have to close due to water restrictions. Toulouse. August 4th 2022. (Photo by Alain Pitton/NurPhoto via Getty Images)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/GettyImages-1242296334.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A Europa passa por sua pior seca em ao menos 500 anos, em meio a uma situação de alerta em dois terços do continente, afirmou o Observatório Europeu da Seca, uma agência de monitoramento da União Europeia, nesta terça-feira, 23. O relatório cita como a situação afeta a produção de energia e prejudica a agricultura.
Em relatório para o mês de agosto, o órgão afirma que 47% da Europa está sob condições de sobreaviso, com claro déficit de umidade do solo, e 17% em estado de alerta, em que a vegetação é afetada.
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“A seca severa afetando muitas regiões da Europa desde o começo do ano tem se expandido ainda mais e está piorando no começo de agosto”, diz o documento, que acrescenta que a região do Mediterrâneo deve passar por condições mais quentes e secas do que o normal até novembro.
Com a seca, há uma clara piora das colheitas de verão. O milho, por exemplo, deve ficar 16% abaixo da média dos últimos cinco anos, assim com a soja e o girassol, que devem cair 15% e 12%, respectivamente.
Ondas de calor extremo atingiram grande parte da Europa e dos Estados Unidos no mês passado, provocando pedidos generalizados por mais esforços por parte do governo para combater o aquecimento global – que, segundo cientistas, comprovadamente torna os períodos de clima quente mais, intensos, frequentes e mortais.
Mais cedo neste mês, no dia 12, o Reino Unido declarou oficialmente uma seca em partes da Inglaterra, onde cidadãos enfrentaram novas restrições do uso de água durante uma onda de calor sem precedentes que provocou incêndios florestais e danificou a infraestrutura do país.
Já a Holanda, poucos dias antes, declarou estado de escassez de água, após um verão excepcionalmente seco, sem previsão de chuva para as próximas duas semanas.
O caso é similar ao da França, onde mais de 100 municípios tiveram falta de água potável. O governo está enviando caminhões-pipa para levar água para algumas regiões, pois “não há mais nada nos canos”, disse à emissora britânica BBC o ministro da Transição Ecológica, Christophe Béchu.
Em julho, o país registrou apenas 9,7 mm de chuva, o mês mais seco desde março de 1961, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia. Especialistas estimam que as condições irão se prolongar pelas próximas duas semanas.