O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quarta-feira, 24, que realizou ataques aéreos em regiões no leste da Síria usadas por milícias apoiadas pelo Irã.
“Os ataques de hoje foram necessários para proteger os americanos e foram também uma resposta a um ataque em 15 de agosto contra forças dos Estados Unidos”, disse o porta-voz do Comando Central dos militares, o coronel Joe Buccino, em comunicado.
O ataque de 15 de agosto foi feito por drones supostamente lançados por milícias apoiadas pelo Irã visando a guarnição de al-Tanf, usada pelas forças americanas. O Comando Central respondeu dizendo que “não houve baixas e nenhum dano foi relatado”.
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Os ataques foram “ações proporcionais e deliberadas destinadas a limitar o risco de escalada e minimizar o risco de baixas”. Por ordem do presidente americano, Joe Biden, não foram identificados alvos nem o número de vítimas causadas pelo ataque.
Os governos da Síria e do Irã não reconheceram os ataques. No entanto, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos e o coletivo ativista Deir Ezzor 24 disseram que os ataques aéreos atingiram o Ayash Camp, composto por combatentes xiitas do Afeganistão, e que pelo menos seis militantes sírios e estrangeiros foram mortos.
A região de Deir Ez-Zor é considerada estratégica por fazer fronteira com o Iraque e conter campos de petróleo. Grupos de milícias apoiados pelo Irã e forças sírias controlam a área e muitas vezes foram alvos de aviões de guerra israelenses em ataques anteriores.
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As forças americanas entraram em território sírio em 2015 e desde então fornecem apoio aos aliados na luta contra o Estado Islâmico.
A guerra na Síria, que começou em 2011 como uma revolta pacífica contra o presidente do país, Bashar al-Assad, deixou ao menos 350.000 mortos nos últimos dez anos. O número representa 83 mortes de civis, incluindo nove mulheres e 18 crianças, todos os dias, de acordo com o relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Do número total apresentado, 306.887 foram mortes de civis. Segundo a alta comissária Michelle Bachelet afirma que isto representa 1,5% da população total e gera sérias preocupações sobre o fracasso das partes em conflito em respeitar as normas do direito internacional humanitário sobre a proteção de civis.