O Departamento de Estado americano anunciou nesta quarta-feira uma recompensa de até cinco milhões de dólares (cerca de 10 milhões de reais) para quem der informações que levem à prisão ou captura do ugandense Joseph Kony, chefe da milícia Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), procurado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. A oferta vale também para pistas sobre o paradeiro de outros dois líderes do LRA, Okot Odhiambo e Dominic Ongwen, informou a rede britânica BBC.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que as operações de busca por Kony foram suspensas pela União Africana (UA) e outros países que formaram uma força militar conjunta de 5.000 soldados para capturar Kony. A suspensão temporária deve-se à falta de cooperação da República Centro-Africana. O país sofreu um golpe no dia 24 de março pelos rebeldes da coalizão Seleka, que derrubaram o presidente François Bozizé e exigem a retira das tropas estrangeiras do país.
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Os 100 assessores militares enviados pelo governo americano em outubro do ano passado também cancelaram a operação temporariamente, de acordo com Crane Elise, embaixador dos Estados Unidos em Kampala, capital de Uganda.
Acusações – O LRA, criado em 1986, foi expulso de Uganda há seis anos. Ao buscar refúgio, fragmentou-se por três países: República Democrática do Congo, Sudão do Sul e República Centro-Africana. Kony e seus seguidores enfraqueceram, mas continuam aterrorizando o coração da África.
O ugandense ficou conhecido mundialmente devido a uma controvertida campanha da ONG americana Invisible Children que, com o vídeo Kony2012, denunciava o uso de crianças como soldados pelo LRA.
Em 2005, o Tribunal Penal Internacional emitiu uma ordem de prisão contra Kony e seus seguidores. Acredita-se que ele esteja escondido em florestas nas fronteiras entre Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Uganda e República Centro-Africana, que compõe a coalizão de busca e contam com o respaldo da Organização das Nações Unidas (ONU) e da UA.
Grupos de luta pelos direitos da criança pediram que os governos de Uganda e dos Estados Unidos continuem os esforços para encontrar Kony.
(Com agências EFE e Reuters)