EUA: morre ex-detento da Coreia do Norte
O estudante Otto Warmbier ficou detido por quase um ano e meio no país asiático e libertado em coma
O universitário americano Otto Warmbier, de 22 anos, que passou mais de um ano e meio preso na Coreia do Norte e foi enviado de volta para os Estados Unidos na semana passada em coma, morreu nesta segunda-feira em seu estado natal, Ohio, informaram seus pais, Fred e Cindy Warmbier, em comunicado.
“Seria fácil, num momento como este, se concentrar em tudo o que perdemos – o tempo futuro que não passaremos com um jovem caloroso, envolvente e brilhante, cuja curiosidade e entusiasmo pela vida não conheciam limites. Mas nós escolhemos nos concentrar no tempo que nos foi dado para estar com essa pessoa notável” escreveram.
A família agradeceu ao cuidado dos profissionais do Centro Médico da Universidade de Cincinnati com Otto e reforçou as acusações contra a Coreia do Norte. “Infelizmente, o terrível e trágico tratamento que nosso filho recebeu nas mãos dos norte-coreanos assegurou que nenhum outro resultado fosse possível além do triste que experimentamos hoje. (…) Quando Otto voltou a Cincinnati no dia 13 de junho, ele estava incapaz de falar, ver ou reagir a comandos verbais. Ele parecia muito desconfortável – quase angustiado. Nunca mais ouviremos sua voz novamente, mas em um dia seu rosto mudou – ele estava em paz. Ele estava em casa e acreditamos que ele poderia sentir isso”.
Otto foi condenado a 15 anos de prisão em janeiro de 2016 sob acusação de tentar roubar um pôster político em um hotel de Pyongyang. Ele já estava em coma há um ano quando foi libertado, na última terça-feira. Segundo o governo de Kim Jong-un, que justificou a libertação do jovem como uma “atitude humanitária”, ele teria tido uma crise de botulismo, tomou um remédio para dormir e não acordou mais. Os exames realizados pelos médicos nos Estados Unidos, no entanto, apontaram “dano neurológico grave”.
“Mesmo que você acredite nessa explicação de botulismo e comprimido para dormir – e nós não acreditamos – não há desculpas para uma nação civilizada manter essa situação em segredo e negar tratamento médico por tanto tempo”, disse o pai de Otto na semana passada.