EUA já não consideram colônias israelenses na Cisjordânia ilegais
Mudança de posição é histórica para o governo americano; comunidade internacional condena ocupação em territórios palestinos
Os Estados Unidos já não consideram que as colônias israelenses na Cisjordânia sejam “incompatíveis com o direito internacional”, anunciou nesta segunda-feira, 18, o secretário de Estado Mike Pompeo, em uma mudança de posição radical para a política externa americana.
O reposicionamento de Washington quanto aos assentamento viola o entendimento da comunidade internacional que, por meio de resoluções nas Organizações das Nações Unidas (ONU), condena a ocupação israelense.
Para justificar a guinada no entendimento americano quanto à soberania dos assentamentos no território ocupado, Pompeo disse que está “reconhecendo apenas a realidade em solo” e que a disputa entre palestinos e israelenses deve se resolver internamente.
Desde 1978, o governo americano questionava a legalidade das ocupações e, mais recentemente, o ex-presidente Barack Obama afirmou que elas eram um “obstáculo” à paz e à solução de dois Estados na Palestina. Porém, desde que o presidente americano, Donald Trump, assumiu a Presidência em 2017, os Estados Unidos mudaram sua política quanto à atuação israelense nesses territórios.
No início de dezembro de 2017, Trump reconheceu a cidade de Jerusalém como capital de Israel e em maio transferiu a embaixada americana de Tel Aviv para a cidade sagrada — o único país que mantêm uma embaixada em Jerusalém além dos Estados Unidos é a Guatemala. Em março de 2019, o presidente americano reconheceu como legítimo os assentamentos israelenses nas Colinas de Golã, um território próximo à Síria anexado por Israel após a Guerra dos Seis Dias em 1967.
O reconhecimento americano da soberania israelense nas Colinas de Golã ocorreu 15 dias antes das eleições em Israel em que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, concorria como principal candidato. Como recompensa, Netanyahu nomeou um assentamento como “Colina Trump”.