O FBI e o Serviço de Inspeção Postal dos EUA (USPS) abriram uma investigação nesta sexta-feira, 20, sobre o envio de “pacotes suspeitos” para funcionários e autoridades eleitorais em mais de 20 estados dos Estados Unidos durante esta semana.
Escritórios eleitorais no Alasca, Iowa, Kansas, Nebraska, Tennessee, Wyoming, Oklahoma, Geórgia, Missouri, Mississippi, Massachusetts, Indiana, Rhode Island, Maryland, Colorado e Connecticut confirmaram o recebimento da correspondência suspeita. Alguns dos pacotes continham um pó branco, mas testes iniciais preliminares revelaram que, em certos casos, se tratava apenas de farinha.
Em uma declaração conjunta, o FBI e o USPS afirmaram que estão coletando “uma série de correspondências suspeitas enviadas a funcionários eleitorais em vários estados” e trabalhando para encontrar os responsáveis e o motivo do envio. Karen Brinson Bell, diretora executiva do Conselho Eleitoral do Estado da Carolina do Norte, disse à emissora americana CNN que os funcionários locais passaram a usar luvas para manusear a correspondência e isolar partes do escritório quando encontram um item estranho.
Os incidentes ocorrem no momento em que as autoridades eleitorais se preparam para enviar as primeiras cédulas eleitorais a americanos que moram no exterior, e dar início também à votação antecipada presencial (nos Estados Unidos, é possível ir às urnas antes do dia do pleito, marcado para 5 de novembro).
“Claramente, esta é uma tentativa de aterrorizar os servidores públicos que cuidam de nossas eleições”, declarou David Becker, diretor do Centro apartidário de Inovação e Pesquisa Eleitoral.
Violência política
Esta é a segunda vez em um ano que correspondências suspeitas são enviadas a funcionários eleitorais em vários estados americanos, aumentando o clima de tensão e medo durante o processo democrático.
Um relatório da Bipartisan Policy Center, uma instituição que busca promover o diálogo entre os todos espectros políticos, revelou que 36% dos diretores e mesários eque trabalharam nas eleições de 2020 decidiram não participar neste ano — maior número em duas décadas. O principal motivo citado foi o medo da violência política.
+ O que se sabe sobre nova tentativa de assassinato contra Trump
Já marcada por um atentado contra o ex-presidente Donald Trump em julho durante um comício na Pensilvânia, a corrida à Casa Branca registrou outro episódio de violência política no último domingo 15, após o candidato republicano voltar a entrar na mira de um atirador enquanto estava praticando golfe em seu campo West Palm Beach, na Flórida. O FBI investiga o incidente como “tentativa de assassinato”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, adversária de Trump nas eleições de novembro, manifestaram solidariedade ao ex-presidente após o incidente e declararam que “não há lugar para violência política” no país.