O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu nesta quinta-feira, 19, um alerta de segurança mundial aos americanos que vivem no exterior devido ao “aumento das tensões em vários locais ao redor do mundo, ao potencial para ataques terroristas, (e) manifestações ou ações violentas contra cidadãos e interesses dos Estados Unidos”.
No comunicado, o porta-voz da pasta, Matt Miller, disse que Washington levou “uma série de fatores em consideração” antes de lançar o aviso aos nacionais espalhados em diferentes países. Ele acrescentou que a decisão não foi motivada apenas por um incidente, mas por tudo que o governo está “observando ao redor do mundo”.
A medida ocorre enquanto protestos relacionados à guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, iniciada em 7 de outubro, tomam as ruas de nações de todo o Oriente Médio.
Em Bagdá, capital do Iraque, milhares de manifestantes queimaram bandeiras israelenses em meio a gritos contra os Estados Unidos. No Irã, país que apoia militarmente o Hamas, movimentos pró-Palestina bradaram cânticos como “morte à França, à Inglaterra, à América e aos sionistas” do lado de fora da embaixada francesa e britânica em Teerã.
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No Líbano, manifestantes tentaram burlar as barreiras de segurança nas ruas ao redor da embaixada dos Estados Unidos em Beirute. Em resposta à tensão, o Departamento de Estado autorizou a saída de funcionários não emergenciais governamentais e seus familiares do Líbano e de Israel, ao passo que orientou os americanos a não viajarem para ambos os países.
Na França, um professor foi morto por um ex-aluno que teria gritado “Allahu Akbar” (Alá é grande, em português) no momento do crime, ocorrido na última sexta-feira. Em Paris, o Museu do Louvre foi esvaziado por ameaças de bomba, bem como o Palácio de Versalhes.
Em entrevista à emissora americana CNN, o alto funcionário aposentado do Departamento de Estado, Todd Brown, disse que a ameaça potencial provocada pela guerra Israel-Hamas supera seus 30 anos de experiência em segurança diplomática, “com potencial para ficar ainda pior”.
A preocupação chegou, portanto, a Washington. Segundo a emissora americana CNN, o secretário de Estado, Antony Blinken, enviou nesta quarta-feira 18 um telegrama a todos os centros diplomáticos americanos, orientando que fizessem uma revisão emergencial de segurança. A pasta também analisará a retirada de familiares e de funcionários das embaixadas da Jordânia, do Egito e do Iraque.