Estados Unidos e o México fecharam um pacto para substituir partes importantes do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), anunciou o presidente Donald Trump nesta segunda-feira (27). As principais mudanças se deram no conteúdo regional de automóveis e peças.
“É um grande dia para o comércio”, afirmou o americano, que valeu-se de restrições ao ingresso de alumínio e aço para forçar o México e o Canadá a renegociar. “Realmente é um acordo muito bom para nossos dois países”, acrescentou.
Segundo Trump, o novo pacto ficará deverá suplantar o Nafta, assinado em 1994, nas relações bilaterais e ser chamado de Acordo de Comércio Estados Unidos-México. Pelo menos, até o possível ingresso do Canadá, que não participou desta primeira fase das negociações e optou por unir-se somente depois de os Estados Unidos e o México acertarem suas diferenças.
As negociações com os canadenses, porém, devem começar logo. Segundo uma fonte do governo americano, a expectativa é chegar a um acordo final com as três nações até sexta-feira (31). A pressa em fechar o acerto está dada pela transição no governo mexicano. Em 1º de dezembro, Andrés Manuel López Obrador substituirá Peña Nieto na Presidência.
Trump afirmou que os Estados Unidos poderão negociar um acordo comercial em separado com o Canadá. Mas o Nafta continuará a ser o acordo-quadro sob o qual os bilaterais estarão submetidos.
A reabertura das negociações sobre o Nafta foi uma das promessas eleitorais de Trump e uma de suas prioridades desde que chegou à Casa Branca,em 2017. O republicano considera o tratado um dos piores pactos comerciais da história dos Estados Unidos e reclamava, especialmente, dos déficits no comércio do país com seus dois vizinhos.
Sob as regras do Nafta envolvem mais de 1 bilhão de dólares anuais em trocas de bens e serviços entre os três países. O novo pacto dá a Trump uma vitória significativa na guerra comercial com diversos países ao redor do globo, incluindo México, Canadá, União Europeia e China.
O novo acordo
Trump telefonou nesta segunda para o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, para parabenizá-lo pelo “grande” acordo e alegou que o pacto fortalecerá especialmente produtores dos dois países. Segundo o americano, o México se comprometeu a imediatamente comprar dos Estados Unidos “tantos produtos agrícolas quantos forem possíveis”.
Peña Nieto quer fechar um novo tratado logo para submetê-lo ao Congresso mexicano antes da posse de López Obrador e dos novos legisladores.
O pacto preliminar anunciado nesta segunda se concentra na reformulação das regras do comércio automotivo, uma das maiores zonas de grande atrito entre México e Estados Unidos. Trata-se de um acordo mais setorial do que de livre comércio.
Pelas regras acordadas, o conteúdo regional de cada veículo passa de 62,5% para 75%. Também exige que 40% a 45% do conteúdo seja feabricado por trabalhadores que ganhem pelo menos 16 dólares por hora.
Um novo acordo que substitua totalmente o Nafta precisaria da aprovação do Congresso antes de entrar em vigor. Porém, alguns legisladores republicanos têm criticado muito as principais propostas de Trump para refazer o pacto.
(Com Reuters e AFP)