Em uma medida inédita, o governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 15, que irá aplicar sanções econômicas contra o grupo criminoso brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC). O anúncio representa a primeira vez que uma organização brasileira é colocada na lista de organizações ou pessoas proibidas de movimentar bens no sistema financeiro americano.
As sanções foram aplicadas pelo Departamento do Tesouro americano por meio de um decreto do presidente Joe Biden, com objetivo de modernizar medidas contra o tráfico de drogas e sufocar financeiramente a organização por meio do bloqueio de bens de seus principais integrantes no exterior.
O departamento federal antidrogas americano, o DEA, monitora há cerca de dez anos a atuação do líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, diante das suspeitas de contato com cartéis mexicanos.
O decreto permite que o Tesouro sancione estrangeiros que, conscientemente, recebam bens que constituam, ou sejam derivados de, atividades ilícitas relacionadas ao tráfico. Além disso, também estão bloqueadas todas as entidades que possuem, direta ou indiretamente, 50% ou mais por uma ou mais indivíduos bloqueados.
“O tráfico de drogas ameaça a segurança nacional, economia, comunidades e famílias”, afirmou o subsecretário de Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian Nelson, em nota à imprensa. “Com a nova Ordem Executiva do presidente Biden, o Tesouro conseguirá aplicar suas sanções com maior rapidez, poder e efeito em todo o ecossistema das drogas ilícitas, especialmente aqueles que lucram com a morte e a miséria da epidemia de opiáceos”.
Além do PCC, uma das maiores redes de tráfico de cocaína do mundo, outras 15 entidades e 10 indivíduos em quatro países também foram mirados. Além do tráfico, o grupo criminoso brasileiro também está envolvido em lavagem de dinheiro, extorsão, assassinato por aluguel e cobrança de dívidas de drogas, com atuação em toda a América do Sul e presença financeira que se estende até EUA, Europa, África e Ásia.