O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira, 14, uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses para impedir “práticas econômicas desleais da China“. Baseado na Lei Comercial de 1974, o novo cerco atingirá US$ 18 bilhões (cerca de R$ 92 bilhões) em importações chinesas “para proteger os trabalhadores e as empresas americanas”, disse o comunicado da Casa Branca.
“As práticas comerciais injustas da China em matéria de transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação estão ameaçando as empresas e os trabalhadores americanos. A China também está inundando os mercados globais com exportações a preços reduzidos artificialmente”, explicou a nota.
O texto ressalta o aporte de US$ 860 bilhões (mais de R$ 4,4 trilhões) pelo governo Biden em “investimentos empresariais através de incentivos públicos inteligentes em indústrias do futuro, como veículos eléctricos, energia limpa e semicondutores”. A iniciativa bilionária teria finalidade de gerar empregos e estimular a competitividade.
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Sem ‘concorrência leal’
Segundo o informe, os Estados Unidos teriam a capacidade de superar qualquer adversário caso houvesse uma “concorrência leal”. Em seguida, acusa a China de aplicar “práticas injustas e não mercantis”, incluindo “transferências forçadas de tecnologia e o roubo de propriedade intelectual”, para controlar o mercado de insumos vitais. Isso criou “riscos inaceitáveis para as cadeias de abastecimento da América e segurança econômica”, acrescentou o texto.
Os impostos também miram baterias de lítio, minerais críticos, tecnologia de energia solar e semicondutores. O democrata argumentou que o aumento das taxas é proporcional à capacidade de produção de Pequim no mercado de veículos elétricos. A decisão foi apoiada pela Aliança pela Manufatura Americana, que alega que a proliferação de automóveis chineses causaria a “extinção” de fábricas nacionais.
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Trump x Biden
Além disso, o comunicado destacou os “investimentos históricos sob o presidente Biden para criar e manter empregos bem remunerados” e acusou a ala republicana no Congresso de propor medidas que arriscariam “perda de empregos e aumentariam custos em toda a linha de produção”.
As tarifas sobre automóveis do governo do democrata, no entanto, são consideradas mais simbólicas do que transformadoras, uma vez que os carros elétricos chineses já haviam sido restringidos durante o mandato do ex-presidente americano, Donald Trump, que deve enfrentar Biden novamente nas eleições de novembro.
Em março, o candidato republicano renovou as ameaças contra a indústria de veículos elétricos da China e prometeu taxar todas as importações chinesas em 60%. A abordagem , contudo, foi alvo de críticas de especialistas por arriscar um aumento da inflação para os americanos, que já sofrem com alta de preços.