O Kremlin negou, nesta quarta-feira, 22, as acusações dos Estados Unidos de que a Rússia havia lançado uma arma anti-satélite na órbita baixa da Terra, capaz de atingir equipamentos espaciais de outros países. Moscou classificou as alegações como “fake news”.
As acusações
O Comando Espacial americano afirmou na terça-feira 21 que um foguete Soyuz saiu da base espacial russa de Plesetsk, a cerca de 800 km de Moscou, e que o equipamento provavelmente continha “uma arma antiespacial, presumivelmente capaz de atacar outros satélites na órbita baixa da Terra”. Essa arma se trataria do satélite Cosmos 2576.
A agência espacial russa Roscosmos, por sua vez, informou em uma declaração que fez um lançamento no dia 17 de maio e que ele foi realizado “no interesse do Ministério da Defesa e da Federação Russa”. A agência informou ainda que foi lançado o Soyuz-2.1b. As datas diferentes podem ser explicadas pelo fato do fuso horário de Moscou estar três horas à frente do GMT.
A resposta do Kremlin
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia não está desrespeitando nenhuma regra do direito internacional, mas se recusou a dar mais detalhes sobre o lançamento que aconteceu no dia 17 de maio.
“Não estamos violando nada. Defendemos repetidamente a proibição do envio de qualquer arma ao espaço. Infelizmente, nossas iniciativas foram rejeitadas, inclusive pelos Estados Unidos”, disse Peskov.
O Ministério da Defesa russo afirmou que o lançamento envolvia uma espaçonave, mas não especificou para que ela serviria. “Não creio que devamos responder a qualquer fake news vinda de Washington”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov. “Os americanos podem dizer o que quiserem, mas a nossa política não muda com isso”, acrescentou.
Ryabkov também afirmou que o programa espacial da Rússia estava de acordo com o planejado e que Moscou “sempre se opôs consistentemente à implantação de armas de ataque na órbita baixa da Terra”.
Em fevereiro, os Estados Unidos já haviam acusado a Rússia estar desenvolvendo uma arma nuclear antisatélite para interferir em diversas esferas globais, incluindo comunicações militares. O presidente russo, Vladimir Putin, e o então ministro da Defesa, Sergei Shoigu, negaram as acusações.