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Estudo com IA encontra ‘círculos de fadas’ em centenas de locais no mundo

Misteriosas formações naturais aumentam a resistência de ecossistemas aos impactos de inundações e secas extremas

Por Da Redação
29 set 2023, 08h00

Antes restritos ao deserto do Namibe, na África meridional, e ao interior da Austrália ocidental, misteriosos desenhos de esferas feitos em terra seca, conhecidos como “círculos de fadas”, foram identificados agora em 263 locais que abrangem 15 países e 3 continentes, segundo estudo inédito divulgado nesta semana. De acordo com especialistas, essas estranhas formações naturais aumentam a resistência de ecossistemas aos impactos de inundações e secas extremas.

A mais nova pesquisa sobre o tema, publicada nesta segunda-feira 25 na prestigiada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), usou inteligência artificial (IA) para analisar 15 mil de imagens de satélite de alta resolução de terras áridas e meio ambientes com índices baixos de chuva. O software empregado encontrou os padrões semelhantes por meio de uma rede neural, que simula a atividade de um cérebro.

A análise reuniu as imagens de cerca de 575 mil lotes de terra em todo o mundo, cada um medindo em média 1 hectare (ou um campo de futebol). O programa escaneou a vegetação de cada lugar, na busca dos círculos repetidos em série com base em um modelo conhecido. A tecnologia fez uma avaliação minuciosa dos tamanhos e formas, densidades, localizações e distribuições.

De acordo com o levantamento, os locais de terras áridas com padrões similares aos círculos de fadas na Namíbia e na Austrália ficam distribuídos pela África — nas regiões do Sahel, Saara Ocidental e o Chifre da África, e agrupadas em Madagascar —, centro-oeste da Ásia e sudoeste da Austrália. Ao todo, as formações foram encontradas em 15 países.

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O principal autor do estudo, Emilio Guirado, em entrevista à emissora amaericana CNN, disse que essa é a primeira vez que a inteligência artificial foi utilizada no processo de identificação dos desenhos. Por isso, inspirou alguns cuidados inéditos, como a revisão dos dados gerados por humanos.

“Tivemos que descartar manualmente algumas estruturas artificiais e naturais que não eram círculos de fadas, com base na fotointerpretação e no contexto da área”, explicou o cientista de dados do Instituto Multidisciplinar de Estudos Ambientais da Universidade de Alicante na Espanha.

Os pesquisadores descobriram que os círculos de fadas ocorrem com maior frequência em solos muito secos e arenosos, altamente alcalinos e com baixo teor de nitrogênio. Além disso, o estudo revelou que os padrões ajudam a estabilizar ecossistemas, aumentando a resistência de uma área aos danos de fenômenos como inundações ou secas extremas.

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Os fatores que criam círculos de fadas, porém, podem diferir de local para local, de acordo com a pesquisa. Levantamentos anteriores sugerem que certas condições climáticas, juntamente com a auto-organização de plantas, geraram as formações da Namíbia.

Lá, insetos, como cupins, podem aproveitar as formações terrosas para construir cupinzeiros, mas não são diretamente responsáveis por produzir os padrões. No entanto, na Austrália, os círculos de fadas estão intrinsecamente ligados à atividade de cupins.

Muitas perguntas sobre os misteriosos desenhos na terra ainda não foram respondidas, é possível que este novo atlas global possa abrir um novo capítulo no estudo destes peculiares locais áridos.

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