O governo dos Estados Unidos sancionou nesta sexta-feira, 19, quatro militares da Direção Geral de Contra-Inteligência Militar (DGCIM) da Venezuela por conta da morte do militar Rafael Acosta, detido por suspeita de conspiração contra o ditador Nicolás Maduro e supostamente morto durante sessões de tortura. A DGCIM é o órgão que investiga os próprios militares venezuelanos.
O Departamento do Tesouro incluiu na sua lista negra o general da divisão Rafael Ramón Blanco Marrero, vice-diretor da DGCIM; o coronel Hannover Esteban Guerrero Mijares, diretor de investigações da DGCIM; o major Alexander Enrique Granko Arteaga, titular da Unidade de Assuntos Especiais da DGCIM; e o coronel Rafael Antonio Franco Quintero, ex-diretor de investigações da DGCIM.
O Tesouro disse em comunicado que “a DGCIM, incluídos estes funcionários, foi acusada de abusos sistemáticos dos direitos humanos e de reprimir a dissidência”. Destacou que sua decisão de puni-los foi tomada “após a prisão, abuso físico e morte” de Acosta.
“Os Estados Unidos utilizarão toda sua autoridade para atacar aqueles que tenham ajudado o regime ilegítimo de Maduro a reprimir a dissidência, a liberdade de expressão e vontade do povo venezuelano “, disse o secretário do Tesouro Steven Mnuchin.
As sanções envolvem o bloqueio de todos os bens e ativos que os afetados possam ter direta ou indiretamente sob a jurisdição dos Estados Unidos, assim como a proibição de toda transação legal que envolva indivíduos e entidades americanos.
O Tesouro incluiu a DGCIM na sua lista negra em 11 de julho. Os Estados Unidos, que lideram a pressão internacional para tirar do poder Maduro, cujo governo considera ilegítimo, sancionaram dezenas de autoridades venezuelanas, ex-autoridades e entidades nos últimos dois anos.
Nesta sexta-feira, o Tesouro voltou a destacar, como fez nos últimos meses, que as sanções podem ser retiradas se “forem adotadas ações concretas e significativas para restaurar a ordem democrática, recusar-se a participar de abusos de direitos humanos, denunciar abusos cometidos pelo governo e combater a corrupção na Venezuela”.
(Com AFP)