A Justiça israelense considerou neste domingo, 16, que Sara Netanyahu, esposa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, é culpada pelo uso indevido de fundos públicos. A primeira-dama foi acusada de fraude e abuso de confiança em junho de 2018, por usar quase 100.000 dólares (389.000 reais) de recursos públicos para pagar refeições de luxo, alegando falsamente não ter cozinheiro na residência oficial do primeiro-ministro.
De acordo com a ata de acusação, Sara Netanyahu encomendou, entre setembro de 2010 e março de 2013, centenas de refeições em vários estabelecimentos de renome de Jerusalém.
Apesar de ter negado qualquer irregularidade durante o processo, a primeira-dama reconheceu ter gasto 49.000 dólares (190.708 reais) com esse propósito, obtendo uma redução em sua pena – ela deverá devolver 13.000 dólares ao Estado (50.596 reais), além de pagar 2.800 dólares (10.897 reais) de multa.
Em troca, as acusações de fraude, que podem levar a uma penalidade maior, foram retiradas e substituídas pela acusação de benefício de um erro cometido por uma terceira pessoa.
Histórico
Sara Netanyahu enfrentou outras acusações no passado. Em 2016, um tribunal de Jerusalém concedeu indenização a um ex-mordomo de Benjamin Netanyahu que havia acusado o primeiro-ministro israelense e sua esposa de maus-tratos.
O chefe do governo de Israel, que está há 13 anos no poder, será ouvido em outubro pela Justiça por acusações de “corrupção”, “fraude” e “quebra de confiança” em outros três casos. O primeiro-ministro alega inocência e denuncia uma “caça às bruxas” contra ele e sua família.
No primeiro caso, o governo é suspeito de agir em benefício do Bezeq, maior grupo de telecomunicações israelense, em troca de uma cobertura favorável a Netanyahu da parte do Walla, um site de informações de propriedade do CEO da Bezeq.
Na segunda acusação, há a suspeita de que Netanyahu e membros de sua família tenham recebido, por 277.000 dólares (cerca de 1 milhão de reais), charutos de luxo, garrafas de champanhe e joias de personalidades ricas em troca de favores financeiros ou pessoais.
No último caso, o premiê é acusado de estabelecer um acordo com o dono do jornal Yediot Aharonot para uma cobertura mais favorável.
Incapaz de formar uma coalizão após sua vitória nas eleições de 9 de abril, Benjamin Netanyahu dissolveu o Parlamento, a fim de impedir que o presidente confiasse a outro a formação de uma coalizão sem ele, levando o país a novas eleições em 17 de setembro.