A esposa do chefe de espionagem da Ucrânia, tenente-general Kyrylo Budanov, foi envenenada com “metais pesados”, de acordo com relatos da mídia local e de agências internacionais divulgados nesta terça-feira, 28. Marianna Budanova foi internada em um hospital depois de sentir mal-estar por um “período prolongado de tempo”.
O portal de notícias Babel, que na segunda-feira 27 foi o primeiro a informar sobre o suposto envenenamento, citou uma fonte de inteligência ucraniana dizendo que Budanova já estava em tratamento e seria monitorada por médicos.
O funcionário anônimo acrescentou que as substâncias com as quais ela foi envenenada “não são usadas de forma alguma na vida cotidiana ou em operações militares”, sugerindo um possível ataque. Babel também disse que Kiev abriu uma investigação sobre o que descreveu como “tentativa de homicídio”.
Depois disso, o portal ucraniano Ukrainska Pravda confirmou com suas próprias fontes que o envenenamento de Budanova foi comprovado após testes. O site acrescentou que ela provavelmente consumiu comida envenenada, mas estava “se sentindo melhor” após o tratamento inicial.
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Budanova tem um mestrado em psicologia e se envolveu na política como conselheira do prefeito de Kiev. Em 2022, ela disse à revista Elle que também trabalhou como voluntária no hospital militar. Em setembro, o tenente-general Kyrylo Budanov afirmou ao site War Zone que ele e sua esposa estavam em seu escritório “desde a invasão russa de fevereiro” de 2022, por razões de segurança.
“Ela [Marianna] na verdade é professora em nossa academia nacional de polícia. Ela ensina psicologia jurídica. [Ficar no escritório] não é um problema para ela como poderia ter sido para outra pessoa”, disse Budanov.
O portal Ukrainska Pravda disse que vários outros funcionários de inteligência também foram envenenados. No entanto, não houve sugestões de que Budanov pudesse ter sido o verdadeiro alvo do suposto ataque contra a esposa.
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O general, que lidera a Direção Principal de Inteligência (DIU) do Ministério da Defesa da Ucrânia, desempenhou um papel fundamental no planejamento e, por vezes, na execução de grandes operações militares contra as forças russas durante a guerra. Porém, outro alto funcionário da DIU, Andriy Yusov, disse já houveram mais de 10 tentativas de assassinato contra Budanov.
As reportagens publicadas pelos meios de comunicação locais não indicaram se a Rússia estava ou não por trás do alegado ataque. A inteligência militar da Ucrânia também não fez comentários públicos sobre o caso.