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Esposa de vice-governador da Pensilvânia, brasileira denuncia racismo

Gisele Barreto Fetterman, de 38 anos, estava fazendo compras quando uma mulher a reconheceu e começou a insultá-la

Por Da Redação
Atualizado em 12 out 2020, 13h03 - Publicado em 12 out 2020, 12h56

Gisele Barreto Fetterman, de 38 anos, nascida no Brasil e esposa do vice-governador da Pensilvânia, o democrata John Fetterman, fazia compras em um mercado perto de sua casa no domingo 11, no distrito de Braddock, em Allegheny, quando uma mulher a reconheceu e começou a xingá-la usando insultos raciais.

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Os insultos começaram na fila do caixa. A mulher, que vestia uma máscara roxa, reconheceu Fetterman e foi confrontá-la. “Ela disse: ‘Ali está aquela negra casada com Fetterman. Você não pertence aqui. Ninguém te quer aqui'”, narrou ao jornal The Washington Post. Em inglês, o termo usado pela mulher, conhecido como n-word, é considerado ofensivo contra a população afrodescendente.

A polícia já investiga o caso.

Fetterman foi seguida pela agressora até entrar em seu carro, onde conseguiu filmar parte da agressão. Cerca de uma hora após o incidente, a segunda-dama postou a gravação no Twitter.

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Ao Post, Fetterman disse que estava em choque. “Demorou um tempo para que eu conseguisse processar”.

A segunda-dama, nascida no Rio de Janeiro, imigrou sem documentos junto de sua família aos 8 anos de idade. Recebeu a permissão de moradia em 2004 e se casou com John Fetterman em 2007. Ao jornal, ela também descreveu como aquele momento a fez lembrar-se de seu passado.

“Aquele foi um longo tempo de viver nas sombras e de ficar com muito medo quando alguém batia na sua porta”, disse. “Para finalmente pertencer a este país que tanto amo, mas para ter esses momentos em que me sinto completamente mal recebida, de novo, e com medo”.

No Twitter, a brasileira disse que “esse comportamento e ódio são ensinados. Se ela é sua vizinha ou parente, por favor, ensine-a um pouco de amor”.

O incidente ocorre a poucas semanas das eleições nos Estados Unidos e em meio a um debate crescente sobre racismo no país. A Pensilvânia, por sua vez, se tornou um dos principais campos de batalha eleitoral. O estado é um estado-pêndulo, isto é, os eleitores não possuem uma preferência partidária tradicional e podem dar vitória tanto ao presidente, o republicano Donald Trump, quanto ao ex-vice-presidente e candidato democrata, Joe Biden.

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A questão racial pode afetar Trump, já que, segundo pesquisas de opinião, o republicano foi responsável por piorar as relações envolvendo questões raciais. O presidente também quase nunca condena atos de racismo ou supremacia branca.

Perguntada sobre o assunto, a segunda-dama disse ao Post que está preocupada porque mais pessoas estão se sentindo seguras em espalhar intolerância por conta de Trump.

“Eu penso que quando você tem uma liderança que diz abertamente coisas odiosas, muitas pessoas irão seguir o exemplo ou vão se sentir bem em fazer o mesmo”, disse.

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