Escócia: vala coletiva de orfanato tinha 400 bebês e crianças
Local funcionou de 1864 a 1981 e era administrado por freiras católicas
Mais de 400 crianças e bebês que morreram em um orfanato em Lanarkshire, na Escócia, entre 1864 e 1981, foram enterradas em uma vala coletiva. A informação foi revelada pelo jornal Sunday Post e pela emissora BBC neste domingo.
O orfanato Smyllum Park, hoje transformado no Museu Lanark, era administrado por freiras católicas, as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, até fechar suas portas em 1981. Segundo seus arquivos, a casa recebeu 11.600 crianças durante seus 117 anos de funcionamento.
A vala foi descoberta por dois moradores da região em 2013, próxima ao antigo orfanato. Todos os túmulos do cemitério St. Mary estão marcados com nomes, inclusive os das freiras e outros funcionários do orfanato. A cova onde estavam enterradas as crianças, contudo, não tinha nenhuma identificação.
Um terço das crianças tinham 5 anos ou menos quando morreram. Até o momento, não há indícios de que tenham sofrido abuso ou qualquer tipo de violência. As investigações indicaram que a maior parte delas morreu de causas naturais, como tuberculose, pneumonia e outras doenças respiratórias comuns da época.
As freiras da Caridade de São Vicente de Paulo não se pronunciaram sobre as recentes descobertas. Os registros do Smyllum Park são incompletos, o que dificulta a identificação das crianças.
O caso se assemelha ao revelado em março sobre um orfanato na Irlanda, quando uma vala comum com restos de quase 800 crianças foi descoberta em Tuam, na região oeste do país. O hábito de fazer valas coletivas para enterrar crianças já foi muito comum no passado na Europa, principalmente como forma de esconder casos de desnutrição e doenças transmissíveis.