Equipes de resgate procuram desaparecidos da tragédia de Gênova
Socorristas dizem haver 35 mortos, enquanto o governo menciona 26; entre os 15 feridos, quatro estão em estado grave
Por Da Redação
Atualizado em 14 ago 2018, 22h23 - Publicado em 14 ago 2018, 21h41
Equipes de resgaste continuavam na noite desta terça-feira as buscas por mais de uma dezena de desaparecidos nos destroços da ponte Polcevera-Morandi, em Gênova, Itália. Segundo a rede de televisão italiana RAI, o desmoronamento causou 26 mortes, segundo o governo da Ligúria. Os socorristas, no entanto, mencionam 35 vítimas.
Os bombeiros, especialistas em resgate em água e cães farejadores trabalham na área próxima à ferrovia, onde uma cratera se formou com o colapso da ponte. No momento do acidente, 35 veículos transitavam nas duas mãos da estrutura, entre os quais três caminhões. Quatro dos 15 feridos foram resgatados dos escombros e levados a hospitais locais.
“Há quatro códigos vermelhos, para feridos com múltiplas lesões traumáticas na cabeça e na coluna, e três pessoas com fraturas”, afirmou Carlo Bottaro, diretor-geral do sistema de saúde da região da Ligúria. Bottaro afirmou que uma unidade de atendimento psicológico e psiquiátrico foi montada para as pessoas que testemunharam a tragédia.
Um dos posts publicados pela Polícia da Ligúria mostra o desabamento. Uma pessoa grita várias vezes “Oh meu Deus!” e finaliza com um palavrão.
A ponte Polcevera-Morandi é um trecho da rodovia A10, que liga as regiões da Lombardia e do Piemonte à Ligúria. A região do colapso da estrutura, que cruza o rio Polcevera, prédios residenciais e comerciais e linhas ferroviárias, tornou-se paisagem caótica.
Cerca de 440 moradores de 11 edifícios próximos foram retirados de seus apartamentos diante de risco de colapso da outra parte da ponte. As notificações para a retirada de moradores ainda não foi concluída, o que pode elevar ainda mais o número de desalojados. Uma parte das pessoas removidas conseguiu acomodação entre parentes e amigos. Mas 34 estão alojadas no Centro Cívico de Buranello, da Prefeitura de Gênova.
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“A cena foi apocalíptica, como se uma bomba tivesse explodido a ponte”, disse o jornalista Matteo Pucciarelli ao jornal britânico The Guardian. “Há cerca de 200 socorristas trabalhando continuadamente. As pessoas estão em choque.”
Davide Ricci foi uma testemunha ocular da tragédia. Ao jornal La Stampa, afirmou que estava viajando de carro para o Sul quando os destroços da ponte caíram a 20 metros. “Primeiro, o pilar central desmoronou e, depois, veio tudo abaixo”, afirmou. “Eu sou um milagre.O meu carro ficou preso entre as colunas e os escombros. É incrível que eu não tenha nenhum arranhão. A única dor que eu sinto é a da agulha [de soro] no meu braço”, completou.
O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, visitou o local e prometeu iniciar imediatamente um plano extraordinário para monitorar o estado das infraestruturas do país. A ponte colapsada fora construída no início dos anos 1960. “Algumas estão muito velhas. É claro que, quando algumas décadas se passam, a manutenção precisa ser mais rigorosa, as checagens têm de ser mais pontuais e rigorosas”, afirmou.
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