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Embaixador russo é atacado com tinta vermelha por manifestantes na Polônia

Ataque foi visto como protesto contra celebração do 'Dia da Vitória', feriado patriótico russo que marca a derrota nazista na Segunda Guerra

Por Da Redação 9 Maio 2022, 11h11

Manifestantes que protestavam contra a guerra na Ucrânia atiraram uma substância vermelha, provavelmente tinta, contra o embaixador russo na Polônia nesta segunda-feira, 9. O ato aconteceu enquanto Sergei Andreev participava em um cemitério em Varsóvia de uma homenagem para marcar o 77º Dia da Vitória, data em que a União Soviética derrotou as tropas da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945.

+ Putin admite “peso” da guerra, mas defende invasão da Ucrânia em discurso

De acordo com informações da agência de notícias russa RIA Novosti, manifestantes poloneses e ucranianos bloquearam o caminho de Andreev e lançaram a tinta contra o rosto de diplomata no momento em que ele colocava uma coroa de flores em um memorial a soldados soviéticos. A data, para além da vitória sobre os nazistas, também homenageia os 27 milhões de soldados soviéticos que perderam a vida no conflito.

A Polônia, forte defensora da Ucrânia em sua resistência à invasão russa, se opôs a qualquer comemoração em grande escala do dia.

Após o incidente, Andreev foi acompanhado pela polícia para fora do cemitério. A Embaixada da Rússia na Polônia disse que vai protestar contra os ataques ao diplomata, que informou não ter sofrido ferimentos graves.

Um vídeo postado nas redes sociais mostra os manifestantes, alguns com bandeiras ucranianas, cercando a delegação russa e chamando-os de fascistas.

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Comentando o ocorrido, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, alegou via Telegram que “os fãs do neonazismo mais uma vez mostraram seu rosto – e é sangrento”.

“A demolição de monumentos aos heróis da Segunda Guerra Mundial, a profanação de sepulturas e agora a interrupção da cerimônia de colocação de flores em um dia histórico, celebrada por toda pessoa decente, prova o óbvio – o Ocidente estabeleceu um curso para a reencarnação do fascismo”, disse a autoridade russa.

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O protesto feito nesta segunda-feira foi visto uma represália à ofensiva russa na Ucrânia e ao uso da data por Moscou, que se aproveita do simbolismo para reunir força em torno do presidente Vladimir Putin. Em discurso para marcar o dia, o líder russo não sugeriu o fim da guerra e culpou o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por rejeitarem suas exigências de segurança.

Na últimas semanas, autoridades do Ocidente especularam que o líder russo estaria esperando uma data especial como o dia 9 de maio, para declarar formalmente guerra à Ucrânia. Rejeitando os rumores, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descartou essa possibilidade, classificando as especulações como absurdas.

+ Por que 9 de maio pode ser a próxima grande data para Putin

Durante a solenidade desta segunda-feira, Putin não anunciou qualquer mudança significativa na campanha militar de Moscou, mas o evento na Praça Vermelha de Moscou serviu para canalizar o orgulho russo em torno da Segunda Guerra para angariar apoio à sua invasão da Ucrânia.

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Durante seu discurso, o líder russo alegou novamente que os soldados ucranianos são “nazistas”, justificando sua operação militar como a missão de “desnazificar” o país governado por Volodymyr Zelensky.

Sem sugerir um fim próximo da guerra, que já dura mais de dois meses, Putin reforçou a importância do combate na região do Donbas. A área, localizada no leste da Ucrânia, é dominada por grupos separatistas e se tornou o foco principal do conflito entra as nações vizinhas.

“Hoje você está lutando por nosso povo em Donbas, pela segurança da Rússia”, disse o presidente russo aos militares presentes na solenidade.

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