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Embaixador de Israel cobra condenação firme do terrorismo pela gestão Lula

A VEJA, Daniel Zonshine reclamou do fato de o governo brasileiro recriminar os ataques do Hamas mas, ao mesmo tempo, fazer uma série de ressalvas

Por Hugo Marques
Atualizado em 10 out 2023, 18h18 - Publicado em 10 out 2023, 17h53
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  • O embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou que espera uma posição mais enfática do governo brasileiro em relação ao conflito na Faixa de Gaza e à condenação do Hamas como grupo terrorista. “Quando a condenação chega com ‘mas’, é uma coisa difícil”, disse, em entrevista a VEJA. O diplomata também falou sobre a entrada do Irã no Brics – país que defende a aniquilação de Israel e que, segundo ele, provavelmente apoiou e financiou os ataques do fim de semana. Ex-piloto da Força Aérea israelense, Zonshine ressaltou que a guerra é contra o Hamas e não contra os palestinos:

    Como foi recebida por Israel a posição do governo brasileiro em relação aos ataques? Como um país importante na arena internacional e neste mês como presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil deve tomar decisões difíceis, que nem sempre são populares. Esperamos que o Brasil lidere da maneira certa, equilibrada. Recebemos declarações de apoio dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha, condenando de maneira mais forte as atrocidades do Hamas. Tudo deve ser feito fora de política, de ideologia. É hora de fazer o que qualquer ser humano deve fazer, pelo menos nesta hora difícil.

    Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula, disse que o ataque do Hamas precisa ser condenado, mas ao mesmo tempo disse também que o ataque reflete a decisão dos governantes de Israel, de deixarem de lado o processo de paz. Quando a condenação chega com ‘mas’, é uma coisa difícil. É só isso que tenho a dizer.

    Faltou ênfase na condenação aos ataques por parte do governo brasileiro?  Além do choque inicial e de tantas coisas difíceis que vimos – pessoas raptadas, crianças levando tiros na cabeça na frente das mães e outras atrocidades –, o que eles fizeram fica muito evidente. Acredito que as autoridades brasileiras possam reavaliar, ou pelo menos, estudar novamente o que devem dizer e fazer sobre este assunto.

    Israel acusa o Irã de participação nos ataques do Hamas. Recentemente,  foi anunciado o ingresso do Irã no Brics. Nós achamos que a entrada do Irã para o Brics vai dar um tipo de legitimidade para a atividade que fazem: apoio ao terrorismo. As lideranças do Irã declararam que querem destruir Israel. Eles estão desenvolvendo armas nucleares, a bomba atômica. Quando fazem o enriquecimento de urânio, não é para uso civil e medicinal. Eles apoiam o Hamas, o Hezbollah e outras forças envolvidas nas guerras. Eles apoiam com armas, financiamento, atos contra Israel. O Irã sabia dos ataques e sabia e provavelmente ajudou no treinamento e financiamento.

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    Como explicar a falha do serviço de inteligência de Israel?  Isso é uma coisa que temos que verificar. A análise que teremos de fazer é muito séria, do ponto de vista de inteligência, do ponto de vista operacional, como isso tudo ocorreu. Temos de lembrar que não é uma guerra entre dois exércitos. É um conflito entre um exército e uma guerrilha que atua por dentro da população civil, que lança foguetes de dentro de casas, que utiliza crianças como escudos humanos. Ainda é cedo para saber exatamente o que aconteceu, mas sem dúvida houve falhas.

    O senhor vê alguma solução para esse conflito entre israelenses e palestinos? A maioria dos palestinos quer viver em paz e não destruir Israel, eliminar Israel do mapa. Até a semana passada, palestinos iam trabalhar em Israel, o que era uma importante fonte de renda para a economia deles. Havia uma chance de transformar a Faixa de Gaza em uma Singapura, criar um tipo de economia para o bem-estar de todos os palestinos. O Hamas, que passou a controlar a Faixa de Gaza em 2006, decidiu que a meta deles é destruir Israel e não melhorar a vida deles. A população da Faixa de Gaza é refém do Hamas. O problema de Israel é com o Hamas e não com o povo palestino.

    Há informações de que o Hezbollah também participou dos ataques e estaria se preparando para novos bombardeios. O Hezbollah tem mais habilidades em ataque de mísseis e, se eles entrarem em guerra contra Israel, a reação não vai ser muito agradável.  Houve tentativas nos últimos dias, alguns foguetes foram lançados do Líbano, um grupo de guerrilha foi contido dentro de Israel. Se se abrir mais uma frente contra Israel, vamos reagir de maneira que os libaneses nunca mais irão esquecer. Os navios americanos já estão por perto. É um sinal para outros países.

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