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Em último debate, Biden renova ataques à gestão de Trump na pandemia

Encontro acontece 12 dias antes da eleição e marca umas das últimas grandes chances de candidatos dialogarem com eleitores indecisos

Por Da Redação Atualizado em 23 out 2020, 00h00 - Publicado em 22 out 2020, 23h48
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  • Depois de um debate caótico no mês passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu adversário na eleição presidencial, o ex-vice-presidente Joe Biden, voltaram a se encontrar presencialmente nesta quinta-feira, 22. Logo no primeiro tópico abordado, o democrata renovou seus ataques à gestão do governo republicano na pandemia de Covid-19, tentando impulsionar sua liderança nas pesquisas de opinião, com 12 dias restantes até a votação de 3 de novembro.

    “Quem quer que seja responsável por tantas mortes não deveria continuar sendo o presidente dos Estados Unidos”, afirmou Biden ao alertar para um inverno “obscuro” no país, mais afetado no mundo pelo novo coronavírus. Os EUA somam quase 8,5 milhões de casos, incluindo 222.991 mortes.

    O encontro televisionado de Nashville, no estado do Tennessee, representa uma das últimas oportunidades para o republicano tentar mudar sua imagem em relação à pandemia. Em resposta, Trump afirmou que sua gestão combate o vírus com firmeza e que uma vacina “está a caminho” e será “possivelmente anunciada em semanas”.  No entanto, autoridades do governo e especialistas afirmam que é improvável que uma vacina esteja amplamente disponível até meados de 2021.

    O presidente também acusou seu adversário democrata de querer “fechar o país”. “Não podemos nos trancar em uma caverna como Joe fez”, disse Trump, em referência à campanha sóbria de Biden, reduzida a um punhado de comícios devido à pandemia.

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    Pesquisas de opinião indicam que a maior parte dos americanos desaprova a resposta do governo federal à pandemia. Diversos estados, incluindo alguns onde ainda não há um vencedor claro para a eleição, registraram recordes diários de infecções nesta quinta-feira.

    Com Trump atrás nas pesquisas de opinião, e em meio a uma onda de entusiasmo em torno do ex-vice-presidente, algumas medidas foram adotadas para minimizar o caos que reinou no primeiro encontro. Em setembro, o presidente interrompeu Biden 71 vezes, enquanto o democrata cortou o rival 22 vezes. Para tentar conter a tendência, cada candidato teve nesta quinta-feira dois minutos no começo de cada um dos seis segmentos, durante os quais o microfone do candidato adversário estará silenciado. Depois dos dois minutos, houve discussões abertas, nas quais os microfones ficaram ligados. 

    Depois do segmento inicial sobre a pandemia, o debate nesta quinta se transformou em acusações de ambos os lados de atos ilícitos. Trump acusou Biden, e seu filho Hunter, de práticas para enriquecimento na Ucrânia. Não há evidências que sustentem as afirmações, classificadas pelo democrata como falsas.

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    Já Biden acusou o presidente e seus filhos de conflitos de interesse desde que o republicano chegou à Casa Branca, envolvendo principalmente os negócios imobiliários e hoteleiros da família, além de uma conta na China.

    “Há uma razão pela qual você está trazendo toda essa baboseira”, disse Biden, olhando diretamente para a câmera. “Não é sobre minha família. É sobre a sua família”. Pouco depois, ele também acusou o presidente de não pagar impostos, citando uma investigação do jornal The New York Times que afirma que o presidente quase não pagou impostos por mais de 20 anos.

    Segundo a reportagem, Trump pagou apenas 750 dólares (4.215 reais) em imposto de renda nos Estados Unidos em 2016, quando se elegeu presidente. Em 2017, primeiro ano de seu mandato presidencial, o valor pago foi o mesmo.

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    De acordo com a pesquisa de opinião mais recente Reuters/Ipsos, Biden lidera sobre Trump por oito pontos percentuais. No geral, poucos eleitores ainda estão indecisos. Um recorde de 47 milhões já votaram de forma antecipada, bem acima de todos os votos antecipados na eleição de 2016, quando Trump foi eleito à Presidência.

    O embate seria o último de três encontros planejados. O segundo, que seria em Miami, foi cancelado por causa da infecção de Trump pelo novo coronavírus. O presidente não aceitou um debate virtual com o adversário democrata. Ao invés disso, os dois participaram de eventos paralelos em duas emissoras diferentes.

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