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Em reunião do Grupo de Lima, EUA anunciam novas sanções contra Venezuela

Mike Pence ameaçou militares que apoiam governo chavista: "Vocês serão responsabilizados", afirmou

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 19h54 - Publicado em 25 fev 2019, 14h20
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  • Em pronunciamento na reunião do Grupo de Lima em Bogotá, na Colômbia, nesta segunda-feira, 25, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou a imposição de novas sanções contra o regime de Nicolás Maduro. Em seu discurso, o representante americano também incitou outras nações da região a anunciarem medidas punitivas e deu um ultimato para os militares que se recusam a apoiar o líder opositor Juan Guaidó.

    Segundo Pence, as sanções de Washington tem como foco três governos estaduais e membros do círculo interno de Maduro responsáveis por barrar a entrada de ajuda humanitária na Venezuela durante o final de semana.

    O vice americano incitou as outras nações do Grupo de Lima a tomarem medidas semelhantes as já adotadas pelos Estados Unidos e congelarem ativos dos principais líderes do regime chavista e da petroleira PDVSA em seus países.

    Pence transmitiu ainda uma mensagem do presidente Donald Trump aos militares venezuelanos que apoiam o regime de Maduro: “Vocês serão responsabilizados”, afirmou.

    “Há uns dias, enquanto o mundo observava, o tirano em Caracas dançou, enquanto os seus carrascos queimaram caminhões de alimentos e medicamentos e assassinaram pessoas”, disse Pence, sobre os conflitos do final de semana, que deixaram ao menos 3 mortos e 900 feridos nas fronteiras com o Brasil e a Colômbia.

    “O socialismo está morrendo e a liberdade e a prosperidade e a democracia renascem diante dos nossos olhos. O presidente [Donald Trump] me pediu que transmitisse uma mensagem, presidente Guaidó: Estamos contigo. E estaremos até que a liberdade e a democracia regressem”, disse. “Maduro é um usurpador que não tem direito legítimo ao poder e devia ir embora. A luta na Venezuela é entre ditadura e democracia”, acrescentou.

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    Sanções e ajuda humanitária

    Segundo a Casa Branca, entre os principais oficiais atingidos pelas sanções anunciadas por Pence nesta segunda estão Omar Jose Prieto Fernandez, governador de Zulia, Ramon Alonso Carrizalez Rengifo, governador de Apure, Jorge Luis Garcia Carneiro, governador de Vargas, e Rafael Alejandro Lacava Evangelista, de Carabobo. 

    “Nos próximos dias, os Estados Unidos anunciarão sanções ainda mais fortes contra as corruptas redes financeiras do regime. Encontraremos todos os dólares que eles roubaram e devolveremos esse dinheiro ao povo venezuelano”, afirmou. “À medida que continuamos a exercer pressão econômica e diplomática para suportar sobre o regime de Maduro, esperamos por uma transição pacífica para a democracia, mas como o presidente Trump deixou claro, todas as opções estão na mesa”, completou.

    O vice americano também incitou os outros países do grupo a seguirem o caminho dos Estados Unidos e evitar o financiamento ao governo de Maduro e congelar os ativos da estatal petroleiro PDVSA. 

    “Em segundo lugar, pedimos a vocês que transfiram a propriedade desses ativos em seus respectivos país para Guaidó”, afirmou. O americano solicitou também que as nações do grupo suspendam os vistos das autoridades ligadas ao regime chavista.

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    Pence pediu ainda aos países membros do Grupo de Lima que não sejam “espectadores na luta pela liberdade da Venezuela” e anunciou mais 56 milhões de dólares em doações para auxiliar os países vizinhos à Venezuela que acolhem os refugiados provenientes do país. 

    Ameaças

    O vice americano também aproveitou seu discurso para transmitir uma mensagem do presidente Donald Trump aos militares venezuelanos que mantém seu apoio ao regime de Nicolás Maduro.

    “Vocês podem escolher a oferta generosa do presidente Guaidó”, afirmou, em referência à proposta do autoproclamado presidente interino, que prometeu conceder anistia a todos os membros das Forças Armadas que reconhecerem seu governo.

    “Mas se escolherem o outro caminho, continuando a apoiar Maduro, vocês serão responsabilizados”, ameaçou. “E como o presidente [Trump] já disse há algumas semanas, vocês não encontrarão uma saída segura”.

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    “Vocês perderão tudo”, completou.

    Proteção à Colômbia

    Pence advertiu que se algum país ameaçar a Colômbia por defender a democracia na Venezuela, “enfrentará a determinação” do governo americano.

    “Permitam-me dizer a todos que os que ameaçarem o nosso amigo por esta posição na defesa da democracia, saibam disso: a Colômbia é o nosso aliado mais importante na região, e qualquer ameaça a sua soberania e segurança enfrentará a determinação dos Estados Unidos”, disse.

    Pouco antes do pronunciamento de Pence, o presidente colombiano Iván Duque afirmou que a situação vivida entre a Venezuela não é um dilema entre a guerra e a paz, mas entre a continuidade da ditadura e o retorno da democracia.

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    “Estamos reunidos para mostrar que há um sentimento grande de multilateralismo na região quando se trata de defender princípios, ideias e valores democráticos”, disse Duque aos chefes de Estado e chanceleres que participaram da reunião do Grupo de Lima.

    O presidente colombiano também disse esperar que o Grupo de Lima peça hoje que os militares da Venezuela deixem de apoiar o regime de Nicolás Maduro e passem a aceitar ordens de Guaidó.

    “Espero que o Grupo de Lima faça esse chamado para que as Forças Armadas da Venezuela fiquem no lado correto da história e sejam leais à Assembleia Nacional e ao presidente interino para que a ditadura chegue em breve ao fim”, ressaltou.

    Duque também pediu à Organização de Estados Americanos (OEA) que adote sanções contra o governo de Maduro. “Devemos fazer hoje um chamado à OEA para que também adote sanções e denúncias pertinentes pelo ocorrido neste fim de semana”, afirmou.

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    O Grupo de Lima se reúne, com a presença de Guaidó, para ampliar o cerco diplomático a Maduro após as cenas de violência registradas no sábado nos bloqueios à ajuda doada por Colômbia, Brasil e Estados Unidos

    A Migração da Colômbia confirmou que mais de 150 membros das Forças Armadas da Venezuela desertaram ao longo do fim de semana.

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