Ataques de mísseis russos mataram nesta quinta-feira, 23, sete pessoas em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia que entrou na mira da Rússia nas últimas semanas. As tropas de Moscou avançam nas linhas de frente em meio ao enfraquecimento dos soldados de Kiev, exaustos pelos mais de dois anos de guerra. Acredita-se que entre as vítimas estejam cinco mulheres que trabalhavam na gráfica Factor-Druk, informou o governador regional, Oleh Syniehubov.
Ao menos 23 pessoas ficaram feridas em Kharkiv, incluindo 16 civis que estavam na gráfica no momento em que o enxame de mísseis russos atingiu o local. O estabelecimento, reduzido a escombros, é responsável pela produção de um terço dos livros e 10% dos jornais do país, segundo o seu site. A rede ferroviária estatal ucraniana também foi atacada no início da manhã, segundo comunicado da empresa.
Outra operação, realizada nesta terça-feira, danificou instalações ucranianas e provocou um apagão para mais de 500 mil habitantes da região de Sumy, no nordeste do país. Os sete drones utilizados na operação teriam sido abatidos por militares ucranianos. As investidas contra infraestruturas essenciais na Ucrânia, características do início da guerra, foram retomadas com força em março deste ano.
Há quase duas semanas, a Rússia fez um ataque surpresa na região — a agência de notícias Reuters estima que as forças russas tiveram os maiores ganhos na guerra desde o final de 2022 ao conquistarem 278 quilômetros quadrados em uma semana.
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Zelensky: Ataque foi ‘brutal’
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, utilizou as redes sociais para criticar o “ataque russo extremamente brutal” a Kharkiv e à cidade de Lyubotyn, e disse que os “terroristas russos estão se aproveitando da falta de proteção de defesa aérea suficiente e de capacidade fiável da Ucrânia para destruir lançadores terroristas nos seus locais exatos”, que estariam próximos à fronteira entre os países.
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Na última sexta-feira 19, o líder ucraniano renovou o apelo para que os aliados enviem ajuda militar, pedindo aviões de defesa. “Hoje, temos cerca de 25% do que precisamos para defender a Ucrânia. Estou falando de defesa aérea”, declarou. De acordo com ele, são necessários de 120 a 130 caças F-16 ou outras aeronaves equivalentes para combater a Rússia.
O exército ucraniano sofre no recrutamento de combatentes. No sábado, entrou em vigor uma lei que causou polêmica no país: reduz a idade em que os homens podem ser convocados, de 27 para 25 anos, e endurece a pena para aqueles que evitam ser chamados.