Depois de receber uma mensagem de Muamar Kadafi nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama declarou que o ditador será julgado pelos seus atos, e não por suas palavras, principalmente se ele parar com a violência contra civis. De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, não é a primeira carta enviada por Kadafi, porém “falar é diferente de agir”, disse.
Escudos humanos – Nesta quarta-feira, a Otan admitiu as dificuldades para bombardear as forças militares pró-Kadafi sem ferir os civis, que são usados como escudos humanos pelas tropas inimigas. “As forças governamentais líbias empregam táticas não convencionais, se misturam nas estradas com o trânsito normal e usam civis como escudos para poder avançar”, declarou à imprensa o contra-almirante britânico Russ Harding, comandante adjunto da operação “Protetor Unificado”.
Os rebeldes líbios acusam a Otan de lentidão e de deixar civis morrerem, pedindo resultados imediatos ou evacuação das tropas ocidentais. Para o líder do exército rebelde, Abdel Fattah Younes, a Otan está permitindo o massacre da população de Misrata. “A Otan nos decepcionou”, disse.
O chefe das Forças Armadas da França lamenta o ritmo das operações da Otan. “Gostaria que as coisas fossem mais rápidas, mas como vocês sabem bem, proteger civis significa não atirar próximo a eles”, afirmou o almirante Edouard Guillaud em entrevista à rádio Europe 1. “É precisamente esta a dificuldade”. Agora as forças ocidentais estão concentradas em Misrata, onde os rebeldes tem o controle da zona portuária.
Petróleo – A boa notícia para os rebeldes líbios é que também nesta quarta-feira o seu primeiro navio de petróleo para exportação zarpou do porto de Tobruk para ser refinado em Qatar. A negociação do petróleo procedente dos poços controlados pelos rebeldes no leste da Líbia ajudará a financiar a rebelião contra o regime de Kadafi.
(Com agência France-Presse e EFE)