Em meio a tensões, China lança filme sobre ‘reunificação’ com Taiwan
Pequim alega que a ilha faz parte do território chinês e ameaça usar a força para obter controle da área; Taiwan tem enfatizado política de autossuficiência
A China lançou um curta-metragem de animação sobre a reunificação da ilha de Taiwan com o continente nesta segunda-feira, 2, poucos dias antes do Dia Nacional de Taiwan. O filme conta a história de dois pedaços de um pergaminho rasgado há mais de 300 anos que, finalmente, são reunidos.
Taiwan celebra seu dia nacional em 10 de outubro, data de uma revolta em 1911 que pôs fim à última dinastia imperial chinesa e deu início à República da China. Anos depois, em 1949, o governo republicano fugiu para Taiwan após perder uma guerra civil com os comunistas de Mao Tsé-tung, que criaram a República Popular da China.
O curta-metragem chinês, chamado “Sonhos Viram Realidade no Rio Fuchun”, foi produzido pelos soldados do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular, conhecidos por gravar vídeos dos ameaçadores exercícios militares chineses em Taiwan.
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O filme apela às raízes culturais compartilhadas em ambos os lados do Estreito de Taiwan: os pedaços de “A Casa nas Montanhas Fuchun”, uma das pinturas antigas mais famosas da China, ficam em dois museus – um na ilha e outro no continente. Para representar a pintura, o filme retrata dois elfos que, no final do curta, se reúnem.
Além disso, há um pergaminho dividido entre o Museu Provincial de Zhejiang, na cidade de Hangzhou, e o Museu do Palácio Nacional de Taiwan. As duas partes do texto, uma de 51 centímetros, a outra de 640 centímetros, respectivamente, foram reunidas em 2011, quando a China emprestou o seu fragmento ao museu taiwanês por dois meses – num período de relações mais calorosas.
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Porém, nos últimos anos, à medida que as relações esfriaram, a China intensificou atividades militares em torno de Taiwan. Pequim alega que a ilha deve ser “unificada” com o continente chinês, pela força, se necessário, enquanto as autoridades taiwanesas rejeitam essas reivindicações territoriais.
Nos últimos anos, caças, bombardeiros e aviões de vigilância chineses conduziram um número cada vez maior de missões em torno de Taiwan, enquanto navios de guerra também tem cruzado o Estreito de Taiwan com frequência. Por outro lado, a ilha tem enfatizado progressivamente uma política de autossuficiência de defesa, que tem visto a ilha acelerar o desenvolvimento de armas internas para modernizar as suas forças armadas e ser menos dependente de aquisições no exterior. Taiwan revelou o seu primeiro submarino de fabricação local na última quinta-feira 28.