Em meio a tensão sobre retaliação iraniana, Israel mata figura sênior do Hamas
Ataque aéreo no sul do território libanês atingiu o oficial de segurança Samer al-Hajj; assassinatos de lideranças terroristas arriscam escalada das agressões
Um ataque aéreo israelense atingiu um carro no Líbano nesta sexta-feira, 9, matando uma figura sênior do grupo terrorista palestino Hamas, informou a agência de notícias Reuters. A ofensiva ocorreu durante um momento de alta tensão em Israel, que espera uma resposta militar iminente ao assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em plena Teerã, e de um dos principais comandantes da milícia libanesa Hezbollah, aliada do regime dos aiatolás.
De acordo com o depoimento de fontes de segurança libaneses à agência, o ataque que ocorreu a cerca de 60 quilômetros da fronteira israelense, na cidade portuária libanesa de Sidon, matou Samer al-Hajj. Ele era um oficial de segurança do Hamas que opera no campo de refugiados para palestinos Ain al-Hilweh, próximo ao local do bombardeio. Seu guarda-costas ficou gravemente ferido, segundo a Reuters.
Assassinatos de figuras-chave
O exército israelense vem realizando cada vez mais investidas diretas contra membros sêniores do Hamas, do Hezbollah e outras facções islâmicas apoiadas pelo Irã nos últimos 10 meses, paralelamente à guerra de Gaza.
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Esses grupos armados foram responsáveis, por sua vez, por ataques a Israel com foguetes de longo alcance, drones e artilharia. A maioria dos disparos ocorreu na fronteira norte do país, onde opera o Hezbollah. Calcula-se que a milícia sediada no Líbano tenha até 10 000 combatentes ativos e 20 000 reservistas, juntamente com um vasto arsenal de tanques e 150 000 foguetes de longo alcance que a torna, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, “o protagonista não estatal mais fortemente armado do mundo”.
Em janeiro, um ataque israelense nos arredores de Beirute matou o vice-chefe do Hamas, Saleh Arouri. Na semana passada, outra ofensiva na mesma área matou o principal comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr.
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Horas após Shukr ser morto, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerã, pouco depois de comparecer à cerimônia de posse do novo presidente iraniano como convidado de honra. O Irã e seus aliados na região, incluindo o Hezbollah e o Hamas, responsabilizaram Israel e prometeram vingança. “A estabilidade regional depende da punição do regime sionista”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Nasser Kanaani.