O Japão afirmou nesta segunda-feira, 18, que mais de 10% da sua população tem agora 80 anos ou mais, novo marco preocupante na crise demográfica do país. A parcela de idosos no país – pessoas com 65 anos ou mais – também atingiu um novo recorde de 29,1%, a maior do mundo.
Os novos dados foram divulgados pelo Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão, em comemoração ao o Dia do Respeito ao Idoso, um feriado no país.
Cada vez mais grisalha, a população japonesa enfrenta uma queda acentuada na taxa de natalidade e uma redução da força de trabalho que pode afetar o financiamento do sistema previdenciário e o setor de saúde, sobrecarregado pela procura por parte dos idosos. O país tem uma das maiores expectativas de vida do mundo, o que também contribui para o envelhecimento da população.
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O crescimento populacional do Japão está em declínio constante desde o boom econômico da década de 1980. Atualmente, a taxa de fertilidade é de 1,3, muito abaixo dos 2,1 necessários para manter a população estável na ausência de imigração. O número de mortes ultrapassou os nascimentos no país há mais de uma década, representando um problema crescente para as autoridades.
O governo implantou uma série de medidas para enfrentar crescente escassez de mão-de-obra, incluindo o incentivo do reingresso de mães e idosos no mercado de trabalho.
Até certo ponto, essa medida tem funcionado, visto que há um recorde de 9,12 milhões de trabalhadores idosos no Japão, número que cresce há 19 anos consecutivos. Pessoas com mais de 65 anos representam agora mais de 13% da força de trabalho nacional. De acordo com o Ministério da Administração Interna, a taxa de emprego dos idosos está entre as mais altas das principais economias do mundo.
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Porém, essa mudança sozinha não é suficiente para compensar os impactos sociais e econômicos da crise demográfica.
Em janeiro, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, alertou que a nação está “à beira de não ser capaz de manter funções sociais”. Ele acrescentou que o apoio à educação dos filhos era a “política mais importante” do governo para enfrentar a crise demográfica, e que a resolução do problema “simplesmente não pode esperar mais”.