O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou nesta terça-feira, 18, que terá um encontro privado com o líder da China, Xi Jinping, na próxima semana em Osaka, no Japão, durante a reunião de cúpula do G20, o grupo das maiores economias do mundo. China e Estados Unidos estão mergulhado em uma guerra comercial, com consequências negativas para toda a economia do planeta.
Pelo Twitter, Trump afirmou que as equipes dos dois países terão negociações prévias. Não mencionou a questão comercial, mas esta será naturalmente o tema mais quente das conversas em Osaka. O americano informou que já manteve uma conversa telefônica com Xi.
Trump autorizou o aumento de tarifas de importação de 10% para 20% para um volume de 250 bilhões de dólares em produtos chineses. Disparou ainda ameaças de impor a mesma penalidade a mais 300 bilhões de dólares em bens produzidos na China. Pequim revidou com a adoção de tarifas de 10% a 25% sobre as importações de 110 bilhões de dólares em produtos americanos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu neste mês que esta guerra comercial poderá reduzir em 0,5% o crescimento da economia mundial em 2020, o equivalente a 455 bilhões de dólares. O Fundo Já havia alertado para potenciais perdas ainda em 2019.
Trump não cedeu aos apelos dentro e fora dos Estados Unidos para que não impusesse tarifas sobre o comércio com a China, uma vez que as negociações bilaterais não chegaram a um termo considerado por ele razoável. O republicano fez do combate ao comércio com a China e dos investimentos americanos transferidos para aquele mercado uma de suas principais bandeiras de eleição, em 2016.
Seu lema de campanha – “Vamos fazer a América grande de novo – tem a ver diretamente com a perspectiva de a economia chinesa superar a americana nos próximos anos e com os imbróglios históricos sobre propriedade intelectual.
Trump tem usado as tarifas de importação como instrumento-chave nas áreas econômica e de política externa, diz o jornal Washington Post. Há duas semanas, ameaçou o México com a adoção de tarifa de 10% sobre seus produtos enviados aos Estados Unidos, como forma de pressionar o país vizinho a barrar o ingresso de imigrantes centro-americanos com destino ao outro lado do Rio Grande.
Tarifas também foram impostas neste mês contra os produtos da Índia, ao ser removida do sistema de preferências dos Estados Unidos sob a alegação de não ter cumprido compromissos de acesso de bens americanos a seu mercado. Como represália, Nova Délhi aumentou as tarifas de importação – até 70% – sobre 28 produtos dos Estados Unidos.
A iniciativa de Trump de valer-se de medidas protecionistas tem desagradado boa parte de sua base republicana no Congresso, sobretudo no Senado, onde o partido ainda tem maioria. Mas, segundo o Post, o presidente se autodenominou “Homem Tarifa e diz usar esse instrumento como meio de exercer uma alavanca sobre líderes estrangeiros para fazerem concessões rapidamente.