O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 4, em seu último discurso do Estado da União no atual mandato que a “tirania” do governo de Nicolás Maduro na Venezuela será “esmagada”.
“O domínio da tirania de Maduro será esmagado e destruído”, declarou Trump após saudar a presença do líder do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, que os Estados Unidos e mais de cinquenta países reconhecem como presidente interino por considerar que houve irregularidades nas eleições de 2018.
“Aqui nesta noite está um homem que carrega as esperanças e aspirações de todos os venezuelanos. Aqui está o verdadeiro e legítimo presidente da Venezuela, Juan Guaidó”, afirmou o republicano.
Guaidó luta desde janeiro de 2019 para chefiar um governo de transição e organizar novas eleições na Venezuela. Mas seus esforços não deram resultado, apesar da pressão internacional liderada pelo governo Trump e sua bateria de sanções econômicas.
Depois de ser reeleito líder da Assembleia Nacional em 5 de janeiro, Guaidó desafiou a proibição de deixar o país emitido pelas autoridades leais a Maduro, e duas semanas atrás iniciou uma jornada internacional que o levou à Colômbia, Europa, Canadá e Estados Unidos na busca de apoio para relançar sua ofensiva contra o dirigente chavista.
Em seu discurso, Trump disse que “Maduro é um governante ilegítimo que brutaliza seu povo” e, em comunicado divulgado nesta terça, a Casa Branca enfatizou que o governo está pressionando sanções “devastadoras” contra Maduro. “O socialismo destrói nações e sempre nos lembra de que a liberdade une as almas”, afirmou ainda o presidente americano.
Economia
O presidente americano disse ainda que “anos de decadência econômica terminaram” e aproveitou para criticar governos anteriores. “Os dias daqueles que usavam o nosso país, aproveitavam-se dele, estando até desacreditado junto de outras nações, ficaram para trás”, afirmou.
Para ele, se “as políticas econômicas falidas do governo anterior” não tivessem sido revertidas, “o mundo agora não estava a ver esse grande êxito econômico”, com criação de emprego, queda de impostos e luta “por acordos comerciais justos e recíprocos”.
“A nossa agenda é implacavelmente pró-trabalhadores, pró-família, pró-crescimento e, sobretudo, pró-Estados Unidos”, destacou o republicano, acrescentando que, há três anos, iniciou “o grande regresso” do país.
“Inacreditavelmente, a taxa média de desemprego durante o meu governo é menor do que durante qualquer outra administração na história do nosso país”.
Rusgas entre Trump e Pelosi
Responsável pela abertura do processo de impeachment de Trump, a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, e o republicano trocaram farpas antes e depois do discurso.
No início, quando Trump chegou ao púlpito, Pelosi estendeu a mão para cumprimentá-lo, mas ele se virou e a ignorou.
Já no fim, a deputada revidou e rasgou os papéis com trechos do discurso, enquanto o presidente era saudado pelos republicanos e outros apoiadores, como Guaidó e sua família, que se faziam presentes no local.
O tradicional discurso do Estado da União acontece anualmente em uma sessão conjunta do Congresso dos EUA. O chefe de Estado e de governo devem prestar esclarecimentos aos parlamentares, militares e membros da Suprema Corte sobre a atual situação do País, planos e prioridades do ano.
(Com AFP)