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Em aproximação importante, Arábia Saudita permitirá voos diretos de Israel

Os dois países já têm relações veladas, mas o governo saudita havia dito que evitaria um relacionamento formal até a resolução da questão Palestina

Por Amanda Péchy
15 jul 2022, 09h33

A Arábia Saudita deu um pequeno passo para normalizar as relações com Israel ao concordar em permitir que aviões israelenses voem entre os dois países, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta sexta-feira, 15. Este é o mais recente exemplo da aproximação entre Israel e o mundo árabe, após décadas de isolamento diplomático.

O anúncio, feito horas antes de Biden viajar de Israel para a Arábia Saudita, ocorre no momento em que Israel está ganhando aceitação entre alguns líderes árabes, já um inimigo compartilhado – o Irã – supera a solidariedade árabe com os palestinos.

A medida ficou muito aquém dos acordos diplomáticos selados em 2020 entre Israel, Bahrein, Marrocos e Emirados Árabes Unidos, intermediados pelo governo do ex-presidente americano Donald Trump. Esses pactos estabeleceram relações diplomáticas plenas entre Israel e os três países árabes e, desde então, abriram caminho para o comércio direto e parcerias militares.

Biden elogiou o acordo de voos com a Arábia Saudita como um avanço.

“A decisão da Arábia Saudita pode ajudar a impulsionar a integração de Israel na região, inclusive com a Arábia Saudita”, disse em comunicado.

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O primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, agradeceu ao governo saudita, mas disse que a medida era “apenas o primeiro passo” em direção a laços plenos.

“Continuaremos trabalhando com a cautela necessária, pelo bem da economia de Israel, da segurança e do bem de nossos cidadãos”, comunicou o premiê.

Merav Michaeli, ministro dos Transportes de Israel, descreveu a medida como um passo importante para “relações melhores e mais fortes com os países do Oriente Médio, relações que trarão benefícios críticos para nossa segurança e nossa economia”.

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Embora a Arábia Saudita e Israel tenham relações veladas há muito tempo, o governo saudita havia dito anteriormente que evitaria um relacionamento formal com Israel até que houvesse uma resolução para o conflito israelo-palestino. Mas os principais membros da realeza saudita tornaram-se mais críticos em relação à liderança palestina, e alguns comentaristas sauditas expressaram recentemente apoio à normalização com Israel.

Autoridades israelenses esperam que a decisão permita que membros da minoria muçulmana de Israel voem diretamente para a Arábia Saudita para peregrinações a Meca. Na semana passada, Esawi Frej, um raro ministro muçulmano no gabinete israelense, disse que pediu à Arábia Saudita que permitisse tal medida.

“Quero ver o dia em que poderei partir de Ben-Gurion para Jeddah para cumprir minha obrigação religiosa”, disse Frej a uma estação de rádio israelense, referindo-se ao principal aeroporto de Israel e ao mais próximo de Meca.

A mídia e as autoridades israelenses também sugeriram que a decisão pode ser acompanhada por um entendimento entre Israel e a Arábia Saudita para mudar os acordos de manutenção da paz em pequenas ilhas sauditas ao sul de Israel, no Mar Vermelho.

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