O bilionário Elon Musk afirmou nesta terça-feira, 10, que pretende restaurar a conta banida do ex-presidente americano Donald Trump no Twitter assim que seu acordo for finalizado. Em abril, ele deixou o mundo dos negócios de queixo caído ao fechar em poucos dias a compra da rede social por 44 bilhões de dólares.
Durante conferência automotiva, ele definiu como um “erro” a decisão da rede social de suspender Trump em janeiro de 2020, após a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, em Washington. Segundo o Twitter, onde o republicano tinha quase 90 milhões de seguidores, ele incitou um protesto violento a seus seguidores, que tentaram impedir o Congresso de formalizar a vitória do candidato democrata Joe Biden, atual presidente.
“Eu acho que não foi correto banir Donald Trump, acho que foi um erro”, disse Musk. “Eu reverteria o banimento permanente. Digo que ainda não sou dono do Twitter, então esta não é uma coisa que com certeza irá acontecer, porque e se eu não for dono do Twitter? Mas minha opinião, e Jack Dorsey, quero ser claro, compartilha essa opinião, é que não deveria haver banimentos permanentes”, disse, citando o fundador da rede.
Além do Twitter, Trump também foi suspenso do Facebook e do YouTube por preocupações semelhantes. A rede criada por Mark Zuckerberg informou que revisará a suspensão, mas apenas em 2023.
A fala do empresário nesta terça-feira segue o tom adotado assim que o acordo foi anunciado. Mudanças na moderação dos conteúdos, implantação de botão de edição e outras medidas estão entre algumas das propostas ventiladas recentemente para a plataforma. “A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, disse ele em comunicado anunciando a compra.
Com 83 milhões de seguidores, Musk se lançou, recentemente, em uma cruzada pela liberdade de expressão. Com as mudanças, ele espera dar aos usuários mais controle sobre o que publicam e sobre o quem passa pelas suas linhas do tempo.
Apesar da intenção de reverter o banimento, Trump vem dizendo reiteradamente que não pretende voltar ao Twitter, mesmo se sua conta for restaurada, e prefere ao invés disso divulgar sua própria empreitada nas redes sociais. A Truth Social, no entanto, vem se mostrando um fiasco desde seu lançamento, em fevereiro.
No Truth Social, as publicações são chamadas de “verdade”, o equivalente a um post no Facebook ou a um tuíte. Não há anúncios, de acordo com o que foi divulgado até agora. Os usuários escolhem quem eles seguem e a linha do tempo é uma mistura de postagens individuais e uma lista de notícias. Eles serão alertados se alguém os mencionar ou começar a segui-los.
A principal parceira do projeto é a empresa Digital World Acquisition, que tem como diretor financeiro Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), deputado federal e aliado do presidente Jair Bolsonaro. Antes de entrar na política, ele já havia trabalhado no mercado financeiro, incluindo o banco de investimento JPMorgan.