Elon Musk demite equipe do Twitter responsável por combate à desinformação
Funcionários tiveram suas contas excluídas na madrugada desta sexta; outras áreas também foram afetadas com demissões
Poucos dias após ter concluído a compra do Twitter, o bilionário Elon Musk demitiu a equipe de curadoria responsável por combater a desinformação na plataforma. A informação é do produtor digital do jornal canadense Toronto Star, Richie Assaly, que já trabalhou anteriormente como membro da equipe.
De acordo com ele, líderes, gerentes e curadores estão publicando em suas redes sociais que estão sendo demitidos nesta sexta-feira, 4.
“A medida tornará o Twitter mais barulhento, mais perigoso e menos interessante”, diz.
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Por meio de uma publicação na rede social, Elon Musk culpou o que chamou de “grupos ativistas” por pressionar os anunciantes a se retirarem da plataforma, causando uma queda “maciça” na receita, mas insistiu que “nada mudou em relação à moderação do conteúdo”.
A demissão em massa teve início ainda na madrugada desta sexta, com funcionários descobrindo que foram demitidos após suas contas de e-mail serem suspensas. Cerca de 3.700 pessoas que trabalham no Twitter – quase metade dos 7.000 totais – perderam seus empregos nas últimas horas, de acordo com o New York Times.
Além da curadoria de informação, os cortes atingiram as equipes de engenharia e inteligência artificial, as equipes de confiança e segurança que gerenciam a moderação de conteúdo e os departamentos de venda e publicidade.
O bilionário sul-africano concluiu a compra do Twitter por 44 bilhões de dólares, o equivalente a 223 bilhões de reais, e levantou dúvidas sobre como fazer a plataforma ser rentável. As demissões acontecem em meio a uma enorme pressão financeira para fazer o negócio funcionar, uma vez que Musk assumiu uma dívida de 13 bilhões de dólares pelo negócio.
No entanto, a empresa perdeu dinheiro em oito dos últimos 10 anos e enfrenta um declínio na publicidade digital em meio a uma economia em desaceleração. Ao mesmo tempo, alguns anunciantes – que correspondem a 90% da receita da rede social – anunciaram que irão interromper seus gastos com a plataforma por medo sobre como Musk irá filtrar o conteúdo.
Outros anunciantes, como as montadoras General Motors e a Ford, anunciaram que vão deixar de anunciar na plataforma já que Musk é dono da Tesla, fabricante de carros elétricos.
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Em uma conferência de investimentos nesta sexta, em Nova York, o empresário reforçou que as demissões eram necessárias porque o Twitter estava com sérios problemas de receitas e custos antes do acordo e que “grupos ativistas pressionam grandes anunciantes a deixarem a rede social”.
Ele acrescentou ainda que está fazendo o possível para apaziguar a situação e reiterou que não haverá nenhuma mudança no conteúdo.