Dois navios petroleiros foram atingidos em um ataque no Golfo de Omã, na costa do Irã, nesta quinta-feira, 13, segundo autoridades japonesas e operadores de navios. A notícia, descrita mais cedo como “um incidente envolvendo uma explosão” na região, já elevou os preços dos barris desde a madrugada. A tripulação foi retirada das embarcações.
O Comando Central de Forças Navais dos Estados Unidos no Bahrein, supervisor das operações navais americanas na área, confirmou ter recebido dois pedidos de socorro relativos a ataques a petroleiros, segundo comunicado da entidade. Um destróier americano está prestando assistência aos navios.
As tensões entre os Estados Unidos e o Irã se agravaram no mês passado, quando quatro embarcações sauditas foram atacadas também no Golfo de Omã. Na ocasião, a Arábia Saudita, grande aliada comercial dos americanos, denunciou sabotagens “para minar a segurança da oferta de petróleo” no lado do golfo próximo à costa dos Emirados Árabes Unidos.
O episódio acontece durante a visita oficial do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, ao Irã. O líder asiático chegou em Teerã na quarta-feira 12 com planos de reduzir o clima de hostilidade entre americanos e iranianos.
Tensão com o Irã
As tensões entre Estados Unidos e Irã seguem altas desde maio de 2018, quando o presidente Donald Trump retirou Washington do acordo sobre o programa nuclear iraniano, fechado por seu antecessor, Barack Obama, em 2015. O governo americano implantou novas sanções econômicas ao Irã e reforçou sua presença militar no Golfo, meio de transporte do petróleo no Oriente Médio, pressionando países aliados, como o Japão, a romperem suas relações comerciais com o combustível iraniano.
O Japão é bem-visto por Teerã como um exemplo de país que se modernizou sem renunciar às suas tradições, conservando uma forte identidade cultural. Abe também utilizará esta viagem para fazer valer os interesses de seu país. Antes do restabelecimento das sanções americanas, o Japão importava cerca de 5% de seu petróleo bruto do Irã.
(Com Estadão Conteúdo, AFP)