Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Diretores do ‘El Universo’ buscam apoio internacional, e Correa cogita perdão

Por Da Redação
16 fev 2012, 18h48

Quito, 16 fev (EFE).- Carlos, Nicolás e César Pérez, diretores do jornal ‘El Universo’ que foram condenados junto com um ex-editor de opinião a três anos de prisão e ao pagamento de US$ 40 milhões por injúrias ao presidente do Equador, Rafael Correa, buscam nesta quinta-feira proteção internacional, enquanto o chefe de Estado cogita um perdão.

O Panamá deu ‘asilo diplomático’ a Carlos Pérez, que está na embaixada desse país em Quito, e seus dois irmãos estão nos Estados Unidos. Nicolás Pérez, que tem também nacionalidade americana, afirmou à Agência Efe em Miami que ficará nessa cidade ‘para estar mais perto de Washington’, onde defende o caso – em referência à sede da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Nicolás também disse que seu irmão César viajará nas próximas 48 horas a Madri e, posteriormente, para Genebra, Bruxelas e Paris.

O ‘El Universo’ espera que a CIDH emita medidas cautelares para impedir a execução da condenação contra seus diretores e a consequante quebra do jornal, segundo seu advogado Joffre Campaña.

Por outro lado, Alembert Vera, advogado de Correa, declarou hoje que seria ‘uma barbaridade jurídica’ se a Comissão recomendasse à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) tomar essa decisão de proteção, pois as medidas cautelares são ‘para evitar danos irreparáveis’, o que não é o caso na causa contra o jornal, segundo sua opinião.

Vera afirmou que se no final a decisão for emitida, o ‘Equador não tem por que cumprir atos que são ilegais, que não devem surtir efeito’.

O advogado disse ainda que antes de ir às instâncias internacionais, o jornal deve esgotar os recursos legais no país, onde resta a possibilidade de comparecer à Corte Constitucional, enquanto a defesa do ‘El Universo’ alega que não é necessário ir a esse tribunal.

Continua após a publicidade

Campaña explicou que em 15 ou 20 dias a justiça fará efetiva a condenação e emitirá a ordem de prisão, que também pesa contra o ex-editor de opinião Emilio Palacio, atualmente vivendo nos Estados Unidos, onde pediu asilo.

Correa reiterou que os sentenciados não são perseguidos políticos, e hoje se disse surpreso pela decisão do governo panamenho de outorgar asilo a Carlos Pérez porque, segundo ele, o presidente do país centro-americano, Ricardo Martinelli, é um dos governantes que mais se queixaram da imprensa.

‘Me estranha (a decisão), teria que conversar com Ricardo, mas é sua decisão, o Panamá é um país soberano. Nos estranha, mas respeitamos sua decisão’, disse Correa em um encontro com a imprensa estrangeira.

O caso contra os donos do jornal e Palacio começou por causa de uma coluna deste último, na qual dizia que Correa poderia no futuro ser acusado de ‘cometer crimes contra a humanidade por ter ordenado fogo à vontade’ contra um hospital cheio de civis durante uma revolta policial em 30 de setembro de 2010. Naquele dia o governante ficou cercado em um hospital policial, do qual foi resgatado em meio a um tiroteio.

Vera reiterou que mantém ‘a porta aberta’ para que o ‘El Universo’ retifique a publicação, pois ‘se desculpar sem que eles assumam sua culpa é impunidade’.

Continua após a publicidade

Correa reiterou que, como litigante, tem a capacidade legal de fazer a remissão (conceder perdão) da condenação, uma decisão que tomará após conversar ‘com serenidade’ com seus assessores mais próximos na busca do melhor para seu ‘projeto político, a democracia e o país’.

De seu lado, a associação Repórteres sem Fronteiras (RSF), com sede em Paris, qualificou hoje como um ‘revés catastrófico’ a ratificação da sentença, enquanto a ONG equatoriana Fundamedios disse que a decisão judicial foi ‘contrária à liberdade de expressão’.

A Fundamedios considera que a sentença contra o jornal ‘terá consequências nefastas, não só para o exercício da liberdade de expressão, mas para a vigência da democracia no Equador’.

Correa, por sua vez, reiterou que luta por uma ‘verdadeira’ liberdade de expressão, na qual não serão toleradas injúrias. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.